domingo, 2 de dezembro de 2007
JORNALISTAS NA VIDA.
Lina (Linalva Maria), Wanderley Carvalho, Gerson dos Santos, Jorge Lindsay. Eles morreram? Acredito que, como bons jornalistas, eles queriam provocar o debate, a polêmica. E assim posto, desapareceram fisicamente, e, dependendo da religião de cada leitor, ou quem sabe do ceticismo, apenas deixarão de ser vistos.
Todos partiram na faixa etária 45/60 anos de idade. A introdução poderá sugerir certa angústia. Mas esta é absolutamente inerente ao ser humano.Houve o encontro dos jornalistas vivos conforme desejou Josalto.Estive por lá levada por ele mesmo.
Nós dois, eu e Josalto, celebramos 30 anos de amizade. Ao chegar ao Catussaba, encontrei Lúcia Cerqueira e nos unimos em grande abraço para lembrarmos os maravilhosos tempos da UFBA e das redações. Introduzi o nome do meu querido amigo Rêmulo Pastore (Reminho) e falamos do filho dos dois. Nós duas trocamos nossos segredos e nossas deliciosas lembranças. Prevenida, fui de óculos escuro. Aliás, mais escuro do que o que uso naturalmente.
Conversei com Telminha e ela também estava munida de óculos escuro porque nós nunca sabemos nesses encontros com quem iremos topar. Eu posso dizer que sou daquelas mulheres que gostam de ser admiradas, que adoram ter um homem por perto mas nem sempre queremos encontrar com, digamos assim, ex-colegas. Os que ingressaram na UFBA em 1973 fizeram a festa com cara de 2007.
As mulheres engordaram? Os homens estão calvos? Tem gente mais pobre? Quem enriqueceu? Quem está precisando de ajuda?
Quem pode ajudar? Tem filhos? Tem netos? Está no terceiro, no quarto, no quinto casamento? E os amores antigos? Aquelas paixões efervescentes que marcaram os anos setenta e oitenta?Tem cada história, cada revelação invejável.
Maravilha ver os professores por lá. Helô Sampaio esbanjando simpatia. A disciplina tornou-se amizade. E de encontro em encontro, matando saudades e criando novas passamos a deliciosa tarde.
Lembrando de Faustino Silva que tomou um tiro semanas após a formatura; de Antenor Barreto que partiu mais cedo que devia; Rafael Pastore que era irmão de Rêmulo e morreu antes dele; Anísio Félix que era um estímulo permanente a minha carreira literária.
E no palco do Catussaba eu vi companheiros como Machado. Encontrei com Alberto Oliveira e lembramos de algumas coberturas jornalísticas bastante interessantes.
Vi gente mais jovem misturada com gente experiente. Gente que está cursando jornalismo hoje em dia e que tem esperanças no coração. Vi profissionais como Edmundo Filho,Fernanda Matos, André Curvelo, Patrícia Tosta, Priscila.
Entre um papo e outro, Lúcia Cerqueira chegou e disse: “não esqueço da carne moída que a mãe de Lina fazia”.
E é este o milagre da vida. Ninguém tira da lembrança o aroma, o sabor, o encanto dos grandes momentos da vida. A aprendizagem está em saber manter as amizades, em fazer que os atuais parceiros entendam que todo mundo tem um passado e que é muito bom abrir o coração para receber os colegas e amigos de tantas épocas.
Ano passado em um dia lindo tive a honra de receber em minha casa toda a família de Luís Augusto dos Santos (L.A.), Anízio Carvalho e ainda ganhei show do meu querido amigo Bule-bule.
Lógico que tenho lá minhas histórias pessoais que desde já proíbo meus biógrafos oficiais de relatarem caso eu morra antes deles.
Emiliano José é um que me faz corar. Outro? Josalto. Este é mais do que cofre e se um dia seqüestrarem ele, irei atrás porque estarão seqüestrando meus segredos. Quanto a Jolivaldo, sobre este há impedimento de ser biógrafo porque é parte da minha história.
Quero dizer que as amigas Mara Campos, Graça, Lúcia, Vera Gondin fazem parte de um silencio cúmplice.
O que temos que entender é que temos que nos encontrar mais, porque abraçar faz bem a saúde, libera hormônios, é melhor do que antidepressivos. Abraçar amigos sem se importar se estão feios ou bonitos. Contar do último ataque cardíaco, da última plástica, ou da próxima viagem.
E se esta viagem for para o Iraque, para França ou para eternidade com certeza será bem mais leve. A bagagem é cheia de amor, de boas lembranças, da certeza de que vivemos.
E assim, decretamos como eternamente vivos, Lina (Linalva Maria), Wanderley Carvalho, Gerson dos Santos, Jorge Lindsay.
*Texto de Vera Mattos
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Querida Verinha,é sempre muito bom lembrar os amigos da época da UFBA, para mim, são imortais, visto que passei a vida a viajar pelos mundos e guardas minhas lembranças daquela época como uma das mais felizes em minha vida agitada.
ResponderExcluirNão pude deixar de sentir tristeza, lendo esse artigo seu , tão vivo , não sinto saudades saudosista da turma, a minha turma, que davam boas risadas das minhas palhaçadas, e ousadias, sinto-me confortada em poder dividir com você a minha linda e doce VERINHA do meu amado professor SÉRGIO MATOS, pessoas essas que pararam no meu tempo de memória feliz daqueles anos em commum.
Para meus colegas que desencarnaram, deixo minha maior LUZ , e muito amor.
Deus é vida!
Vera, amada
ResponderExcluirOlha só..Só agora que estou vendo esta delícia que você escreveu. Que coisa bacana..Cadê você? Na feijoada deste ano você não apareceu.Tô mandando pra Telminha. Tenho certeza que ela vai se emocionar.
bj
Lucinha Cerqueira
luciacerqueira@oi.com.br
(71)88010076
Bom texto! Boa Lembrança!
ResponderExcluirBom Texto! Boa lembrança!
ResponderExcluirEssa sua capacidade de integrar coração, alma e espírito, de forma tão leve faz a gente chorar de alegria. Já tive provas do seu altruismo, em problemas de colegas, mesmo estando longe. Nem temos intimidade Verinha, mas me senti tão perto, tão pertinho que queria muito lhe dizer que abracei sua nobre alma nesse momento.
ResponderExcluirQue viva as memórias pois são elas a própria vida.
Liliana Peixinho
71 - 9938 0159
Essa sua capacidade de integrar coração, alma e espírito, de forma tão leve faz a gente chorar de alegria. Já tive provas do seu altruismo, em problemas de colegas, mesmo estando longe. Nem temos intimidade Verinha, mas me senti tão perto, tão pertinho que queria muito lhe dizer que abracei sua nobre alma nesse momento.
ResponderExcluirQue viva as memórias pois são elas a própria vida.
Liliana Peixinho
71 - 9938 0159
Agradeço o carinho e as lindas palavras. Agradeço a reconstrução de todas as etapas da vida. E agradeço pela sensibilidade com que receberam e perceberam o texto. As memórias nos fortalecem e nos ajudam a prosseguir. Beijos.
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