segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

PAULO PAVESI DENUNCIA ABSURDA INDIFERENÇA AO TRÁFICO DE ÓRGÃOS.

Peço à todos que enviem para as suas listas, pois este é meu último e-mail antes da greve de fome.

Para que todos saibam. Em 19 de outubro de 2006, enviei um dossiê completo sobre as omissões do Ministério Público Federal denunciando novamente a quadrilha organizada para a prática de assassinato e tráfico de órgãos humanos onde formulei 69 perguntas com base em documentos entregues a mim pela polícia federal, e outros obtidos através de investigação particular e órgãos públicos, onde inclui também, questionamento sobre o paradeiro do relatório da CPI DO TRÁFICO DE ÓRGÃOS que está em posse do mesmo Ministério Público Federal há 4 anos.

Esta máfia assassinou meu filho e mais 8 pessoas. Dezenas de outras vítimas foram ignoradas.

Lembro a todos que, Procuradores Federais de Belo Horizonte - num total de 8 - me processaram alegando ter praticado crimes do tipo injúria, calúnia, difamação e coação no decorrer do processo. Além disso, quebraram meu sigilo eletrônico pessoal na época da instalação da CPI, para observarem quem eram meus contatos e ter conhecimento sobre o que eu falava. Não satisfeitos, enviaram ofícios para a empresa em que eu trabalha solicitando que meus e-mails fossem entregues à eles o que causou minha demissão. Acabaram com a minha vida para que os assassinos fossem protegidos. E tal estratégia se revela um sucesso! A impunidade está instalada e a minha vida completamente destruída.

Lembro ainda que a CPI DO TRÁFICO DE ÓRGÃOS concluiu pelo indiciamento dos médicos envolvidos que - sem explicação plausível - foram excluídos da denúncia, embora estivessem indiciados pela polícia federal. Tal ato favoreceu o então deputado federal Carlos Eduardo Venturelli Mosconi entre outros. Seu nome foi preservado e diversos crimes puderam ser cometidos, incluindo a morte de outras pessoas.

Acabo de receber o parecer do Procurador Geral da República sobre meu dossiê, e relato abaixo a conclusão do ilustre sr. ANTONIO FERNANDO BARROS E SILVA DE SOUZA.

O Procurador Geral da República, não se dirigiu a mim diretamente. Usou sua porta-voz, a Procuradora Federal ELLA WIECKO V. CASTILHO, que por sua vez se diz "incapacitada" diante o assunto. Um Pilatos. Mas é compreensível uma vez que esta procuradora hoje, atua em projetos junto ao Deputado Federal GERALDO THADEU PEDREIRA DOS SANTOS - prefeito de Poços de Caldas quando Paulinho foi assassinado, e membro desta máfia. Os interesses conflitantes de amigos, faz da procuradora uma pessoa incapacitada.

Lembro ainda que o processo movido pelo Ministério Público Federal contra mim, teve como resultado a minha absolvição. Na sentença, a juíza questiona inclusive sobre o motivo pela qual o Ministério Público Federal omitiu-se em denunciar os médicos SÉRGIO POLI GASPAR e CELSO ROBERTO FRASSON SCAFI. Ambos preencheram documentos de próprio punho alegando que Paulinho estava vivo no ato da retirada de órgãos. A absolvição também cita a omissão do Ministério Público Federal diante do assassinato de CARLOS HENRIQUE MARCONDES, ocorrido após a máfia descobrir que ele havia grampeada os telefones do centro cirúrgico do hospital onde os assassinatos ocorriam.

Neste documento enviado a mim, a procuradora ELA WIECKO utiliza artifícios nazistas como fizeram também os procuradores federais mineiros. Eles alegam que meu estado psiquico encontra-se debilitado. Meus problemas são de ordem psiquicas, mas não foram capazes de responder a uma só questão das 69 que enviei.

Pois então vejamos.

No dossiê enviado à Procuradoria Geral da República, há um trecho em que cito 8 representações feitas contra médicos, delegados e procuradores. Estas representações foram apresentadas por mim em 2002 ao Ministério Público Federal e nunca foram respondidas. Os números constam no dossíê. Como resposta a ilustre procuradora cita uma representação elaborada pela senhora NEIDE BARRIGUELLI - sobre o mesmo assunto (tráfico de órgãos) - e que nenhuma relação tem com o caso do meu filho. Isto sim é problema psiquico. Não são capazes de identificar um número de uma representação, e se confundem com outro fato totalmente distinto. Tal artifício foi utilizado pelo procuradora para "justificar" sua omissão, ou sua incapacidade confessa. Lembro ainda que esta procuradora já arquivou outros casos de tráfico de órgãos nos mesmos moldes.

Em sua 1a nota sobre o caso a procuradora com a ajuda de um auxiliar, distorceu as questões relacionadas no dossiê, chegando ao ponto de trocar nomes, confundindo propositadamente os fatos. Um grupo de advogados avaliou a minha denúncia e não tiveram nenhuma dificuldade em compreender o que estava escrito. Se tem alguém que tem problemas psiquicos, este alguém não sou. E não acredito que o problema do ministério público federal seja também psiquico. Seria um enorme engando confundir honestidade e caratér com problemas mentais.

Estranhamente, a procuradora solicita ao procurador geral da república em seus parecer, que não envolva à Corregedoria. Se eu tenho problemas psiquicos, por que não deixar que a corregedoria me ouça?

ELA WIECKO não pode atuar neste caso, pois está comprometida com a amizade pessoal que tem com o deputado GERALDO THADEU PEDREIRA DOS SANTOS. Isto explica todo seu discurso.

Finalizando, o Procurador Geral da República, o SR. ANTONIO FERNANDO BARROS E SILVA DE SOUZA, diz em seu parecer final - um ano e meio depois de analisar cuidadosamente, que o dossiê "contém considerações genéricas e de ordem subjetiva do seu autor sobre a atuação, entre outros, de membros do Ministério Público em razão de episódio dramático da sua vida pessoal, das quais não decorrem sequer indícios de infração administrativa ou penal".

O ilustríssimo Procurador Geral da República continua: "não me parece justificável que possa, sem qualquer respaldo em fatos concretos, lançar suspeitas genéricas contra pessoas e instituições".

Caros procuradores. Vocês poderão me acusar de insanidade como já fizeram para desqualificar a minha denúncia, mas o que está claro agora é que vocês não podem responder os meus questionamentos, pois sabem que se há algo de insano nesta história, é a omissão e a covardia de vocês. Se sou insano, responda o dossiê. Leve-o à imprensa e mostrem à todos que estou enganados. Falar que ali não há nada de concreto, e encerrar o assunto, é um ato de covardia.

A procuradora diz que sou incoerente. O que é ser incoerente?

É interessante perceber que se não há indícios de infração administrativa ou penal, como é que fui absolvido ao acusá-los de corruptos?
Não seria coerente então que eu fosse condenado?

Por que na mesma sentença de absolvição, a juíza faz o mesmo questionamento que eu fiz?
Não seria coerente ela confirmar na sentença a fragilidade das minhas alegações ao invez de enviar ofício ao Procurador Geral tendo as minhas dúvidas como sendo também dela?

Por que a CPI do Tráfico de Órgãos teve seu relatório enterrado na gaveta do Procurador Geral da República, onde indiciava os verdadeiros assassinos do meu filho?
Não seria coerente que o senhor não ficasse escondendo o relatório da CPI em sua gaveta?

Por que então o Procurador Geral da República não responde aos 69 questionamentos que fiz?
Não seria coerente que o senhor respondesse as perguntas já que elas são frutos de um drama pessoal?

Por que então se negam a deixar a corregedoria analisar as minhas denúncias?
Não seria coerente que a corregedoria me ouvisse para ela dar um parecer sobre o assunto?

Como a corregedoria pode funcionar se os procuradores não permitem que eu seja ouvido?
Estamos na ditadura? O senhor julga e absolva e ainda evita a corregedoria?

A verdade senhores, é que estamos num país cuja corrupção tomou conta de todas as instituições públicas e hoje é a artéria principal deste governo que está ai.
Vocês não conseguem demonstrar tecnicamente um motivo só para que os assassinos tenham ficado impunes.
Mas vocês possuem o poder nas mãos. Vocês podem tudo. O Ministério Público é o último degrau onde um cidadão pode recorrer e quando este degrau está sujo, só podemos esperar um escorregão.

Agora, me dirijo ao Procurador Geral da República:

Sr. Antonio. O senhor é um covarde, omisso e prevaricador.

Demorou quase um ano e meio para dizer que não tem nada de concreto no dossiê?
E a CPI que confirmou as minhas denúncias com provas? também é uma fraude?
E a sentença da Juíza que me absolveu apontando os médicos - tal como o meu dossiê - que vocês não denunciaram? Também é fraude?
O senhor recebeu um ano e meio de salários e não é capaz de responder uma só pergunta?

Só me resta uma pergunta neste momento?

Caro Procurador. Estou há 7 anos buscando justiça nesta merda deste país onde se compra de tudo e de todos. Inclusive procuradores. Eu não tenho dinheiro para lutar na justiça e muito menos para comprar autoridades, e jamais fiz qualquer ato de violência contra ninguém nestes 7 anos que estou lutando. Ao contrário. Percorri todos os caminhos legais, perdi muitas horas da minha vida, dinheiro, família e a vontade de viver.

Estou lhe prometendo que vou levar este caso - agora mais do que nunca - onde vocês nunca acreditaram que ele podia chegar. Não vai ser a sua omissão, sua covardia, sua prevaricação que vão enterrar meu filho assim, sem mais nem menos. Hoje começo a distribuir este material que esta ai para a imprensa. Certamente eles nem vão ler agora. Mas com os próximos acontecimentos, encontrarão ali a explicação de tudo. Eu vou a Brasília, vou entrar em greve de fome. Acredite. Dentro da lei, sem violência contra qualquer pessoa, eu vou provar mais uma vez, que vocês estão protegendo assassinos. O senhor, procurador geral da república, é um covarde. Vocês querem acabar comigo. Já destruíram tudo o que eu tinha. Chegou a hora.

Paulo Pavesi

Um comentário:

  1. O caso do Paulo é a materialização do que acontece com a justiça deste país. No Brasil, acreditamos que temos direitos elementares até termos estes direitos aviltados (o próprio Paulo falou isso uma vez e é a mais absoluta verdade). Aí começa o pior: os direitos pertencem apenas aos criminosos, e suas vítimas, além de sofrerem a violência, o homicídio, o abuso ou qualquer outro crime, não tem direito à absolutamente nada.
    Ter provas de um crime não nos dá o direito de denunciá-lo. Parece impensável, mas é verdade. E quando acontece uma condenação (o que é raríssimo) ela percorre apenas o processo burocrático, serve apenas para preencher papelada, pois o condenado não precisa cumprir pena alguma para a justiça se dar por satisfeita. Pode processar a vítima, pode matá-la enquanto utiliza sua liberdade concedida pela justiça, ou pode simplesmente seguir cometendo crimes, sem receber nenhuma importância daqueles que têm como obrigação proteger a lei, a ordem e a justiça.
    Este caso demonstra o caos que vivemos: as vítimas são duplamente penalizadas e os criminosos são impunes eternamente.
    E pior do que o horror vivido é a indiferença, que reina absoluta sobre todos.

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