sábado, 23 de junho de 2007

A MULHER BRASILEIRA TOMOU AS RÉDEAS DA FAMÍLIA.

A mulher brasileira tomou as rédeas da família: pesquisa de consumo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), feita a partir de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada ontem, mostra que 26,4% do total de famílias existentes no Brasil são chefiadas por mulheres. De acordo com a pesquisadora Luana Pinheiro, responsável pelo recorte de gênero da pesquisa, as mulheres-chefes geralmente cuidam de suas famílias sozinhas e reproduzem o que a sociedade espera delas em termos de gastos na hora de administrar o orçamento.Na composição dos gastos das mulheres, a saúde aparece como prioridade – elas já são maioria entre os titulares de planos de saúde (54%). Além desse item, roupas e transportes estão entre os destinos da maior parte do dinheiro recebido pelas cidadãs brasileiras. De acordo com Luana, essas despesas estão ligadas ao papel de mãe, uma vez que historicamente as mulheres são responsáveis pela compra de produtos farmacêuticos e peças de vestuário para as crianças. Essa atenção da mulher com o cuidado dos outros influencia até mesmo programas sociais, como o Bolsa-Família, cujos cartões têm preferencialmente a mãe como titular da família. “O governo avalia que a mulher tem o bem-estar da família como prioridade”, ressalta Luana. “Mas o Bolsa-Família é importante porque a mulher passa a ter mais renda e, conseqüentemente, poder dentro da família”, explica.O fato de uma família ser chefiada por uma mulher influencia na maneira como ela gasta seu orçamento: enquanto os pais priorizam aumento do patrimônio, alimentação e despesas correntes, as mães de família gastam mais com alimentação, vestuário, higiene, saúde e educação. Na composição da renda familiar também há diferenças: enquanto as chefiadas por homens têm rendimentos que vêm basicamente do trabalho, as que dependem de mulheres contam com uma boa proporção de transferências (pensões, mesadas e aposentadorias, por exemplo).

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