quarta-feira, 16 de abril de 2008

Em carta, Cabrini alega ter sido vítima de 'armação'


"A direção da Record determinou, logo que teve conhecimento sobre a detenção do repórter Roberto Cabrini, que o departamento jurídico da emissora acompanhe atentamente o caso e preste a assessoria necessária ao jornalista, para que o ocorrido seja esclarecido em breve.


A área de jornalismo da Record tinha o registro interno que o repórter estava desenvolvendo uma reportagem de caráter investigativo. Roberto Cabrini é reconhecido pela cobertura de reportagens especiais e por sua trajetória profissional nas principais tevês brasileiras.


A Record acredita na Polícia e na Justiça do Estado de São Paulo e espera a correta elucidação dos fatos.


São Paulo, 16 de abril de 2008"


Em carta, Cabrini alega ter sido vítima de 'armação'


O jornalista Francisco Roberto Cabrini, de 47 anos, da TV Record, detido com cocaína ontem à noite na zona sul da Capital paulista, enviou uma carta à imprensa na qual alega estar sendo "vítima de uma armação, em virtude de estar investigando assuntos que incomodam a muitas pessoas". Cabrini explica que essa investigação está relacionada ao Primeiro Comando da Capital (PCC), caso em que diz atuar há dois anos.


"Jamais parei de investigar (o caso do PCC) e, apesar das inúmeras pressões, sempre tive certeza da autenticidade da entrevista que efetuei em maio de 2006 com o líder da facção, Marcos Camacho", afirma na carta. O jornalista conta que uma fonte lhe procurou para entregar fitas relacionadas ao caso. "Neste material, o líder confirma a autenticidade da entrevista e fala sobre os fatos que envolveram os ataques de 2006."


Ainda segundo Cabrini, ele já havia assistido a 40 segundos da gravação e fontes do PCC disseram que "esclarecimentos sobre o que aconteceu durante os ataques só poderiam ser feitos quando sua revelação não representasse riscos à integridade física de vários detentos". Três DVDs seriam entregues ao jornalista na zona sul de São Paulo, ontem, em encontro marco com uma fonte. "Ao invés de receber fitas, houve, sim, uma abordagem policial."


E conclui: "Apesar de tudo, comunico que sempre protegi e protegerei minhas fontes, afinal considero o respeito entre fonte e jornalista um dos princípios mais sagrados da minha profissão."

Um comentário:

  1. Eu acredito no que diz o jornalista Cabrini. É preciso que agora, quando, a lâmina da inquisição atinge uma estrela do jornalismo nacional, certos órgãos de imprensa, e certos jornalistas, percebam que, antes de emitir juizo de valores, antes de promover julgamentos preciptados e sensacionalistas, a corda pode estar fragil tanto numa ponta quanto na outra da corda. Infelizmente, muitos não pensam dessa forma e acreditam que jamais a lâmina do facão se voltarão contra eles. Está ai, o caso de São Paulo; o julgamento dos pais da menina atirada do prédio, já foi concluido, antes que se tenha conhecimento dos argumentos da defesa.
    Tomara que Cabrini saia dessa, e mostre para os colegas que antes de tudo, somos todos inocentes, até que se prove o contrário.

    Wagner M. Martins

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