terça-feira, 7 de outubro de 2008

NA BAHIA, 1340 CRIANÇAS SOFRERAM ABUSO SEXUAL NO ANO DE 2008.




Mais de 1.340 crianças foram abusadas e violentadas sexualmente na Bahia apenas este ano. Na capital baiana esse número chega a mais de 400, no mesmo período, de acordo com dados do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente da Bahia (Cedeca). Para combater esta situação, a Prefeitura do Salvador, através da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Sedes), promove o Programa Sentinela através do Centro de Referência Especializado da Assistência Social (CREAS), que tem como intuito acolher essas crianças e adolescentes e atende atualmente mais de 145 famílias. 56% das vítimas sofreram exploração ou violência sexual. Maus-tratos físicos e psicológicos somam 44%.
“Não acompanhamos a criança sem a família, é necessário trabalhar essa mãe e esse pai para inibir a reincidência”, explicou a coordenadora técnica do CREAS Márcia Santos. Conforme ela, as vítimas chegam na unidade espontaneamente ou através de instituições parceiras, conselhos tutelares, juizados e Ministério Público. Além de delegacias e centros de atendimento. “A partir daí são acolhidas pelo nosso serviço social e encaminhadas, se necessário para uma assessoria jurídica”.
Quando a chegada é espontânea em muitos casos o agressor não foi denunciado, portanto a vítima e a família não passaram por uma delegacia. “O que nós também fazemos”, disse se referindo ao atendimento psico-social e jurídico. Os acompanhamentos são feitos uma vez por semana, se houver necessidade de ser mais intensivo continuam pelas redes parceiras – instituições governamentais ou não governamentais –, “com psicoterapia prolongada”. No momento em que se aproxima da alta os encontros acontecem quinzenalmente.
De acordo com o coordenador executivo do Cedeca, Waldemar Almeida, a maioria dos abusos acontece com crianças de 2 a 7 anos e são feitos na maioria das vezes por parentes ou pessoas próximas, como pais, padrastos e vizinhos. “Pessoas que gozam também da confiança da criança. Para a nossa angústia esse número é mais de 80%”. Em quase todos os casos os autores ameaçam as crianças de forma cruel. “Dizem que vão matar a mãe ou pai, o que causa um trauma muito grande. Muitas escutam isso do próprio pai”.
Os abusos podem acontecer sem conjunção carnal. Existem casos que ocorrem com a manipulação do órgão sexual. Adolescentes entre 12 e 17 anos são as maiores vítimas da exploração sexual. “Geralmente recebem algum tipo de pagamento, em espécie ou um almoço e jantar por exemplo”. Conforme Almeida, muitas famílias não denunciam pelo alto grau de pobreza. “São coniventes e omissas pois e sses exploradores dão comida para a família em troca do adolescente”.



Alerta sobre a erotização


Os neurônios-espelhos nos levam a agir de acordo com o que os outros fazem. De acordo com o psico-pedagogo Antônio Pedreira, a erotização precoce deve ser controlada, pois esses neurônios agem de forma muito mais intensa. Conforme eles os pais devem ter bastante cautela e atenção com as crianças, principalmente na hora do banho, quando o momento é propício para motivar as descobertas, pois o corpo humano sempre desperta descobertas. “O corpo humano desperta curiosidade”.
Destacou ainda que não é porque uma criança é inocente que “deve-se deixá-la nua. Não é comum que as babás tenham atitudes suspeitas e pessoas de presumível confiança da família”. Conforme ele a criança escolhe a sexualidade por volta dos 4 anos e meio. “É comum que nesse período entrem numa atividade de masturbatória sem ninguém ensinar”. Acrescentou que essa é a fase das descobertas.
Explicou que o pensamento infantil é o aqui e agora e por isso, os acusados conseguem manter as crianças caladas. “Usam muito de ameaça, suborno ou chantagem, fazendo com que as vítimas naquele momento sintam um sentimento de culpa. Por isso são uma preza fácil”. Explicou ainda que elas sabem inconscientemente que estão fazendo uma coisa errada, “e temem represálias”. Se os pais ou responsáveis perceberem alguma atitude suspeita em relação as babás ou até mesmo um comportamento estranho das crianças, devem observar de maneira mais intensa a situação. Adultos que violentam ou abusam de crianças e adolescentes têm um desvio quanto ao objeto e objetivo. Que consistem em traços patológicos com fantasias sexuais com crianças, os chamados pedófilos.
Para que o número de violência e abuso diminua, o Creas realiza oficinas temáticas para professores, estudantes e comunidade. “Acontecem de forma lúdica e preventiva. Procuramos atender o maior número de pessoas”, destacou Márcia. Acrescentou ainda que existe a busca ativa para educação de rua, onde o programa atende crianças e adolescentes em situação de exploração sexual com fins turismo ou tráfico.
O Creas itinerante acontece nas praças da cidade e tem como finalidade atender a toda a comunidade. “A escolha acontece depois que fazemos um levantamento, ao percebermos maior número de situações de incidências em determinada região levamos a equipe e fazemos um trabalho em conjunto com as instituições parceiras”, destacou Márcia. Acrescentou ainda que as atividades acontecem de forma lúdica.
“Levamos brincadeiras com a temática”.

(Por Karina Baracho/Tribuna da Bahia)

Um comentário:

  1. olá me chamo Maria das Dores,
    eu estava arrumando o quarto, e ao lado no outro quarto o meu filho de 2 anos e 5 meses, estava brincando com os carrinhos.
    DEpois ele a boneca da prima deitou ela no chão, ele tirou o short e levantou o vestido da boneca e ficou em cima fazendo movimentos, como se soubesse o que estava fazendo.
    Meu Deus eu fiquei sem reaçao, conversei com ele, se alguem tinha ensinado, mas ele coitado não sabia responder.

    me ajude me diga uma orientação.
    o que devo, como devo agir.
    to muito triste, co o coração despedaçado..
    me ajude....

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