07/10/2011 - 08:12
EXCLUSIVO: À Contigo! Online, padre Marcelo conta que terá cripta em templo que constroi com dinheiro da venda de livro
Santuário deve estar aberto ao público a partir de dezembro
Lailson Santos
Padre Marcelo continua caminhando com auxilio de bengala
Ainda caminhando com a ajuda de uma bengala, padre Marcelo Rossi comemora o fim de uma fase ruim. Para ele, os meses de tristeza profunda – que começaram após sofrer uma queda na esteira ergométrica - serviram como uma prova de que Deus escreve certo por linhas tortas. Enquanto sentia medo de não ficar bom para ver o papa Bento XVI, o religioso começou a escrever seu livro, Ágape, que permanece há mais de um ano no topo da lista dos mais vendidos – contabilizando cerca de 7 milhões de exemplares - ultrapassando números de Paulo Coelho no Brasil. Há menos de um mês ele lançou o CD que leva o mesmo nome, que já foi comprado por mais de um milhão de pessoas.
Com o dinheiro arrecadado, padre Marcelo conseguiu fazer seu grande sonho se tornar realidade: iniciar a construção de um santuário, previsto para ser inaugurado em dezembro, onde 100 mil fieis poderão assistir à missa ao mesmo tempo. No local, que tem o pé direito de 42 metros e contará com 500 banheiros, ele planeja ficar por toda a eternidade, já que uma cripta embaixo do altar abrigará seus restos mortais.
Em conversa exclusiva à Contigo! Online, o padre falou de tempos difíceis, da fase antes de decidir pela vida celibatária e de vaidade. Confira conversa na íntegra abaixo:
Contigo! Online - Seu livro, Ágape, está no topo da lista dos mais lidos do país há mais de um ano. A que o senhor deve tamanho sucesso?
Padre Marcelo - Nunca existiu quem vendesse tantos livros. Chegamos a 7 milhões. Nem Paulo Coelho vendeu tanto no Brasil. O sucesso, acredito, é porque tenho um livro regido por Deus. Ele me pegou numa fase em que eu não estava bem, tive o acidente (quebrou o pé correndo na esteira). E eu, que sou muito agitado, precisei ficar parado por 7 meses – cadeirante, depois com muleta e ainda agora com a bengala. O próprio título, Ágape, chama as pessoas. O que é Ágape? É o amor generoso, o amor incondicional de Deus. O mundo que nós vivemos hoje é o amor Eros, que é o amor paixão, que você hoje ama e depois você odeia, que há gente que até mata em nome dele.
Contigo! Online - E o Ágape musical?
Padre Marcelo – Esse já está com um milhão de cópias vendidas em menos de um mês. A Paula Fernandes, que foi a artista que mais vendeu CDs no ano passado, vendeu um milhão em um ano. Eu vendi em um mês agora. Mas sabe qual a minha vantagem? Meu público não compra pirata porque o pirata é crime, então levam o original. É uma vantagem que os artistas não têm. Eles podem até tentar piratear e vão conseguir um ou outro, no máximo. Mas o preço do CD é acessível, R$ 19,90. E a qualidade não tem comparação com pirata. O Guto Graça Melo (produtor) disse que esse CD era minha libertação. Comecei a fazer várias músicas – metade religiosa católica, metade religiosa evangélica. Não quero atacar ninguém, pelo contrário. E então chamei o Belo e foi um sucesso.
Contigo! Online – Por que chamar o Belo?
Muita pessoas me perguntaram isso: por que o Belo? Eu o escolhi porque trabalho muito com ex-presidiários, para eles terem uma segunda chance. E o Belo pagou pelo que ele fez e se arrependeu. A música com ele (Noites Traiçoeiras) ficou maravilhosa.
Contigo! Online - A VEJA chegou a noticiar que o senhor tirou R$ 25 milhões do próprio bolso para a construção de seu santuário (em São Paulo). Por que a ideia de construir um templo tão grande?
Padre Marcelo - Eu sou um padre secular, então todo e qualquer trabalho que não vem da igreja, por exemplo, livros, CDs, pertence a mim. Só que desde o início eu passei a renda dos CDs e do livro que, com certeza foi fundamental pra isso, para que tenha 50% do santuário pronto, para ele começar a funcionar no dia 1º de dezembro. A igreja abrigará 100 mil pessoas, servindo como um cartão de visitas de São Paulo. A igreja precisa tanto de santuários como de catedrais. Nós também teremos uma cripta e eu vou morar lá, ou melhor, meu corpo, depois que morrer, assim como outros padres e cardeais. Fizemos a cripta embaixo do altar. No dia 12 farei uma festa lá para testar o som. Quero ver como vai ficar tudo direitinho. Não podemos arriscar. Agora, concluímos 50% da obra. A construção começou há oito anos. E, acredito, segundo o engenheiro, deve ficar completamente pronta em cinco anos. Mas este ano já estará funcionando – primeiro sábado e domingo. Aí durante a semana, eles vão colocando os detalhes. No início nós teremos cadeiras, mas depois serão bancos. É uma alegria ter um sonho realizado e as expectativas são grandes. Essa será a primeira igreja moderna com essa capacidade.
Contigo! Online - Há alguns dias, na Paraíba, um homem usou o seu nome para roubar um casal de idosos. Disse que era seu irmão... Isso é algo comum?
Padre Marcelo - Que triste. Estão brincando com o nome de Deus, brincando com o nome de um filho de Deus. Usando o nome para uma coisa dessas, imagina? Quem é de Deus nunca vai cobrar nada – e começa por aí. Eu não tenho irmão. Eu tenho duas irmãs. E já falei mil vezes, para todo mundo, que eu tenho duas irmãs. Eu não peço dinheiro. Você pode assistir qualquer missa minha e vai ver: eu nunca pedi dinheiro.
Contigo! Online - Outro assunto delicado: a visita do papa Bento ao Brasil em 2007. O senhor disse à VEJA que integrantes da arquidiocese de SP capricharam em te humilhar, fazendo o senhor cantar durante a madrugada e impedindo que visse o religioso. O senhor ainda mantém o mesmo discurso?
Padre Marcelo - Vamos colocar a coisa clara: eu conheci o papa como cardeal. Estive com ele por 15 minutos quando ele trabalhou com meu bispo, Dom Fernando Figueiredo, por oito anos, na doutrina da fé. O que aconteceu é que a arquidiocese é autônoma e a organização colocou eu e padre Jonas (Líder da Comunidade Canção Nova) para cantar às 5 horas da manhã, quando fazia muito frio. Então o pessoal me perguntou: "Padre, por que você não cantou com o papa? Por que você não cantou no Pacaembu?" E eu dizia: "Gente, não sou eu, é a organização que não gosta de mim, eu não posso fazer nada."
Contigo! Online – Que sentimento é esse que faz alguém de quem se espera uma atitude correta fazer algo assim?
Padre Marcelo - Através das músicas, acabei na mídia não religiosa. Então o grupo da Teologia da Libertação, que não gosta muito de mim, me chama de padre midiático. Há quem diga que a ala conservadora da igreja que não gosta de mim. Pelo contrário, é a ala conservadora que me apoia. O Papa volta em 2013, no Rio de Janeiro, e eu, com certeza, estarei lá. Mas nada como o tempo, depois (em outubro de 2010) eu fui até Roma, para receber o prêmio Van Thuân de "Evangelizador Moderno".
Contigo! Online - Nesse tempo de depressão que o senhor passou, logo depois do acidente, chegou a pensar em abandonar a batina?
Padre Marcelo - Jamais. Nunca, nunca, nunca. Eu só estava triste porque eu tinha a possibilidade de não ver o papa. E eu resolvi não fazer cirurgia, tanto que não estou 100% recuperado. Mas Deus escreve certo por linhas tortas. O santuário nunca ficaria pronto, não estaria inaugurando, se não fosse o livro. Ele foi fundamental.
Contigo! Online - O senhor chegou a alfinetar o padre Fábio de Melo em entrevista ao Jornal da Tarde, dizendo que fala coisas desnecessárias para as meninas durante os shows. Que coisas são essas?
Padre Marcelo - Falei o seguinte: Eu acho que o padre deve usar a roupa clerical (batina). Se eu for a um lugar sem a roupa de padre, eu não sou padre. Um policial que não está fardado, não é policial. Então acho que é muito perigosa a exposição com roupas normais. Não é legal. E isso que achei triste. Eu quero ajudar as pessoas. Quero que outros padres apareçam. E isso não é crítica, isso eu falo na cara dele. Mas, não usando a roupa, você dá chances para as meninas falarem coisas... A missão do padre é levar Jesus. E ele está levando, mas do jeito dele. Eu falei: "Usa pelo menos a roupa de padre". Eu sempre me expus na mídia, mas nunca perdi a identidade. Eu sou padre e as pessoas me veem como padre. A partir do momento que eu não me visto como padre e começo a cantar, as pessoas começam a me ver como um cantor. Eu não sou um cantor, eu sou padre. Um padre que canta.
Contigo! Online – Em uma outra entrevista o senhor deu uma declaração muito curiosa sobre sua única vaidade, que é usar um remédio para evitar a calvície e que provocaria impotência. Um padre deve ter vaidade?
Padre Marcelo - Eu sou humano, concorda comigo? E isso não é vaidade. Começou com um médico que chegou e me indicou um remédio contra a queda de cabelo. Realmente, comecei a tomar e 40% do meu cabelo voltou. Só que tem um problema seríssimo: ele mexe com a libido da pessoa. Então, a pessoa fica impotente. Como eu vivo a vida celibatária, não há problemas.
Contigo! Online - E como está sua saúde? Tudo aconteceu porque o senhor estava correndo na esteira? Já emagreceu os quilos que ganhou naquele tempo de tristeza profunda?
Padre Marcelo - Tentei voltar a correr, fui desobediente ao médico e acabei com um edema ósseo. Então, agora estou fazendo fisioterapia para poder evitar mais problemas. Eu engordei 12 quilos. E agora já voltei à minha forma original. Isso depois de parar de tomar o remédio, que tinha corticóide. Não era gordura de comer muito, era inchaço. Foi só parar e em um mês eu perdi 12 quilos.
Contigo! Online - Na música, padre, quem são seus ídolos?
Padre Marcelo - Na verdade, quando eu faço esteira, eu preciso de outro ritmo, então ouço U2, Eric Clapton e Phil Collins. São bandas de rock, mas não um rock pesado. E ajuda a caminhar. Eu preferiria correr na rua, mas não dá. Aí me param, aí chamam "padre!" e, no fim, você acaba não fazendo exercício.
Contigo! Online - Padre, o senhor já declarou que já teve namoradas antes de decidir entrar para a igreja, certo? O senhor já se apaixonou por alguém?
Padre Marcelo - Sinceramente não. Eu me apaixonei por Jesus, Ele é minha razão de viver. Tive várias (namoradas). Mas, graças a Deus, quando eu entrei para o celibato, eu sabia claramente a minha missão.
Contigo! Online – Então o senhor nunca precisou evitar a quebra do voto de castidade?
Padre Marcelo - As pessoas me veem como padre. Quando alguém vem com outra intenção, eu percebo e imediatamente corto. Eu sei que na cabeça de muitas mulheres, nós, homens que fizemos o voto celibatário, somos o fruto proibido, então tenho isso claro na minha vida – e deixo claro que a minha missão é outra. Então, por isso, que volto na questão da roupa, a importância de usá-la.
Com o dinheiro arrecadado, padre Marcelo conseguiu fazer seu grande sonho se tornar realidade: iniciar a construção de um santuário, previsto para ser inaugurado em dezembro, onde 100 mil fieis poderão assistir à missa ao mesmo tempo. No local, que tem o pé direito de 42 metros e contará com 500 banheiros, ele planeja ficar por toda a eternidade, já que uma cripta embaixo do altar abrigará seus restos mortais.
Em conversa exclusiva à Contigo! Online, o padre falou de tempos difíceis, da fase antes de decidir pela vida celibatária e de vaidade. Confira conversa na íntegra abaixo:
Contigo! Online - Seu livro, Ágape, está no topo da lista dos mais lidos do país há mais de um ano. A que o senhor deve tamanho sucesso?
Padre Marcelo - Nunca existiu quem vendesse tantos livros. Chegamos a 7 milhões. Nem Paulo Coelho vendeu tanto no Brasil. O sucesso, acredito, é porque tenho um livro regido por Deus. Ele me pegou numa fase em que eu não estava bem, tive o acidente (quebrou o pé correndo na esteira). E eu, que sou muito agitado, precisei ficar parado por 7 meses – cadeirante, depois com muleta e ainda agora com a bengala. O próprio título, Ágape, chama as pessoas. O que é Ágape? É o amor generoso, o amor incondicional de Deus. O mundo que nós vivemos hoje é o amor Eros, que é o amor paixão, que você hoje ama e depois você odeia, que há gente que até mata em nome dele.
Contigo! Online - E o Ágape musical?
Padre Marcelo – Esse já está com um milhão de cópias vendidas em menos de um mês. A Paula Fernandes, que foi a artista que mais vendeu CDs no ano passado, vendeu um milhão em um ano. Eu vendi em um mês agora. Mas sabe qual a minha vantagem? Meu público não compra pirata porque o pirata é crime, então levam o original. É uma vantagem que os artistas não têm. Eles podem até tentar piratear e vão conseguir um ou outro, no máximo. Mas o preço do CD é acessível, R$ 19,90. E a qualidade não tem comparação com pirata. O Guto Graça Melo (produtor) disse que esse CD era minha libertação. Comecei a fazer várias músicas – metade religiosa católica, metade religiosa evangélica. Não quero atacar ninguém, pelo contrário. E então chamei o Belo e foi um sucesso.
Contigo! Online – Por que chamar o Belo?
Muita pessoas me perguntaram isso: por que o Belo? Eu o escolhi porque trabalho muito com ex-presidiários, para eles terem uma segunda chance. E o Belo pagou pelo que ele fez e se arrependeu. A música com ele (Noites Traiçoeiras) ficou maravilhosa.
Contigo! Online - A VEJA chegou a noticiar que o senhor tirou R$ 25 milhões do próprio bolso para a construção de seu santuário (em São Paulo). Por que a ideia de construir um templo tão grande?
Padre Marcelo - Eu sou um padre secular, então todo e qualquer trabalho que não vem da igreja, por exemplo, livros, CDs, pertence a mim. Só que desde o início eu passei a renda dos CDs e do livro que, com certeza foi fundamental pra isso, para que tenha 50% do santuário pronto, para ele começar a funcionar no dia 1º de dezembro. A igreja abrigará 100 mil pessoas, servindo como um cartão de visitas de São Paulo. A igreja precisa tanto de santuários como de catedrais. Nós também teremos uma cripta e eu vou morar lá, ou melhor, meu corpo, depois que morrer, assim como outros padres e cardeais. Fizemos a cripta embaixo do altar. No dia 12 farei uma festa lá para testar o som. Quero ver como vai ficar tudo direitinho. Não podemos arriscar. Agora, concluímos 50% da obra. A construção começou há oito anos. E, acredito, segundo o engenheiro, deve ficar completamente pronta em cinco anos. Mas este ano já estará funcionando – primeiro sábado e domingo. Aí durante a semana, eles vão colocando os detalhes. No início nós teremos cadeiras, mas depois serão bancos. É uma alegria ter um sonho realizado e as expectativas são grandes. Essa será a primeira igreja moderna com essa capacidade.
Contigo! Online - Há alguns dias, na Paraíba, um homem usou o seu nome para roubar um casal de idosos. Disse que era seu irmão... Isso é algo comum?
Padre Marcelo - Que triste. Estão brincando com o nome de Deus, brincando com o nome de um filho de Deus. Usando o nome para uma coisa dessas, imagina? Quem é de Deus nunca vai cobrar nada – e começa por aí. Eu não tenho irmão. Eu tenho duas irmãs. E já falei mil vezes, para todo mundo, que eu tenho duas irmãs. Eu não peço dinheiro. Você pode assistir qualquer missa minha e vai ver: eu nunca pedi dinheiro.
Contigo! Online - Outro assunto delicado: a visita do papa Bento ao Brasil em 2007. O senhor disse à VEJA que integrantes da arquidiocese de SP capricharam em te humilhar, fazendo o senhor cantar durante a madrugada e impedindo que visse o religioso. O senhor ainda mantém o mesmo discurso?
Padre Marcelo - Vamos colocar a coisa clara: eu conheci o papa como cardeal. Estive com ele por 15 minutos quando ele trabalhou com meu bispo, Dom Fernando Figueiredo, por oito anos, na doutrina da fé. O que aconteceu é que a arquidiocese é autônoma e a organização colocou eu e padre Jonas (Líder da Comunidade Canção Nova) para cantar às 5 horas da manhã, quando fazia muito frio. Então o pessoal me perguntou: "Padre, por que você não cantou com o papa? Por que você não cantou no Pacaembu?" E eu dizia: "Gente, não sou eu, é a organização que não gosta de mim, eu não posso fazer nada."
Contigo! Online – Que sentimento é esse que faz alguém de quem se espera uma atitude correta fazer algo assim?
Padre Marcelo - Através das músicas, acabei na mídia não religiosa. Então o grupo da Teologia da Libertação, que não gosta muito de mim, me chama de padre midiático. Há quem diga que a ala conservadora da igreja que não gosta de mim. Pelo contrário, é a ala conservadora que me apoia. O Papa volta em 2013, no Rio de Janeiro, e eu, com certeza, estarei lá. Mas nada como o tempo, depois (em outubro de 2010) eu fui até Roma, para receber o prêmio Van Thuân de "Evangelizador Moderno".
Contigo! Online - Nesse tempo de depressão que o senhor passou, logo depois do acidente, chegou a pensar em abandonar a batina?
Padre Marcelo - Jamais. Nunca, nunca, nunca. Eu só estava triste porque eu tinha a possibilidade de não ver o papa. E eu resolvi não fazer cirurgia, tanto que não estou 100% recuperado. Mas Deus escreve certo por linhas tortas. O santuário nunca ficaria pronto, não estaria inaugurando, se não fosse o livro. Ele foi fundamental.
Contigo! Online - O senhor chegou a alfinetar o padre Fábio de Melo em entrevista ao Jornal da Tarde, dizendo que fala coisas desnecessárias para as meninas durante os shows. Que coisas são essas?
Padre Marcelo - Falei o seguinte: Eu acho que o padre deve usar a roupa clerical (batina). Se eu for a um lugar sem a roupa de padre, eu não sou padre. Um policial que não está fardado, não é policial. Então acho que é muito perigosa a exposição com roupas normais. Não é legal. E isso que achei triste. Eu quero ajudar as pessoas. Quero que outros padres apareçam. E isso não é crítica, isso eu falo na cara dele. Mas, não usando a roupa, você dá chances para as meninas falarem coisas... A missão do padre é levar Jesus. E ele está levando, mas do jeito dele. Eu falei: "Usa pelo menos a roupa de padre". Eu sempre me expus na mídia, mas nunca perdi a identidade. Eu sou padre e as pessoas me veem como padre. A partir do momento que eu não me visto como padre e começo a cantar, as pessoas começam a me ver como um cantor. Eu não sou um cantor, eu sou padre. Um padre que canta.
Contigo! Online – Em uma outra entrevista o senhor deu uma declaração muito curiosa sobre sua única vaidade, que é usar um remédio para evitar a calvície e que provocaria impotência. Um padre deve ter vaidade?
Padre Marcelo - Eu sou humano, concorda comigo? E isso não é vaidade. Começou com um médico que chegou e me indicou um remédio contra a queda de cabelo. Realmente, comecei a tomar e 40% do meu cabelo voltou. Só que tem um problema seríssimo: ele mexe com a libido da pessoa. Então, a pessoa fica impotente. Como eu vivo a vida celibatária, não há problemas.
Contigo! Online - E como está sua saúde? Tudo aconteceu porque o senhor estava correndo na esteira? Já emagreceu os quilos que ganhou naquele tempo de tristeza profunda?
Padre Marcelo - Tentei voltar a correr, fui desobediente ao médico e acabei com um edema ósseo. Então, agora estou fazendo fisioterapia para poder evitar mais problemas. Eu engordei 12 quilos. E agora já voltei à minha forma original. Isso depois de parar de tomar o remédio, que tinha corticóide. Não era gordura de comer muito, era inchaço. Foi só parar e em um mês eu perdi 12 quilos.
Contigo! Online - Na música, padre, quem são seus ídolos?
Padre Marcelo - Na verdade, quando eu faço esteira, eu preciso de outro ritmo, então ouço U2, Eric Clapton e Phil Collins. São bandas de rock, mas não um rock pesado. E ajuda a caminhar. Eu preferiria correr na rua, mas não dá. Aí me param, aí chamam "padre!" e, no fim, você acaba não fazendo exercício.
Contigo! Online - Padre, o senhor já declarou que já teve namoradas antes de decidir entrar para a igreja, certo? O senhor já se apaixonou por alguém?
Padre Marcelo - Sinceramente não. Eu me apaixonei por Jesus, Ele é minha razão de viver. Tive várias (namoradas). Mas, graças a Deus, quando eu entrei para o celibato, eu sabia claramente a minha missão.
Contigo! Online – Então o senhor nunca precisou evitar a quebra do voto de castidade?
Padre Marcelo - As pessoas me veem como padre. Quando alguém vem com outra intenção, eu percebo e imediatamente corto. Eu sei que na cabeça de muitas mulheres, nós, homens que fizemos o voto celibatário, somos o fruto proibido, então tenho isso claro na minha vida – e deixo claro que a minha missão é outra. Então, por isso, que volto na questão da roupa, a importância de usá-la.
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Padre Marcelo recebe prêmio das mãos do papa Bento
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Santuário será entregue (ainda parcialmente pronto) para comunidade em 1º de dezembro
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