PMDB e PT derrotam ACM Neto e vão ao segundo turno
Agencia Estado
A tática de polarizar as discussões em torno do apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu certo em Salvador (BA). Os dois candidatos que se confrontaram ao longo da campanha do primeiro turno, em torno do tema "quem é mais amigo do presidente?", João Henrique Carneiro (PMDB) e Walter Pinheiro, (PT) arrancaram na reta final, desbancaram o candidato que liderou as pesquisas durante toda a campanha - Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM) - e avançaram ao segundo turno da eleição. A votação, porém, foi apertada.
Às 20 horas, com 97,23% dos votos apurados, Carneiro liderava com 30,91%, contra 30,07% de Pinheiro e 26,71% de Neto. Antonio Imbassahy (PSDB) aparecia em um distante quarto lugar, com 8,37%, e Hilton Coelho (PSOL) em quinto, com 3,94%. Um dado relevante na cidade foi a quantidade de abstenções: 22,15% dos 1.747.278 eleitores não compareceram para votar.
O resultado, apesar de positivo tanto para PMDB quanto para PT - partidos aliados no governo federal e estadual, comandado por Jaques Wagner (PT) -, cria certa apreensão nas lideranças petistas e peemedebistas no Estado. Nas duas agremiações, assessores não escondiam a preferência por enfrentar Neto no segundo turno, apesar de as lideranças não terem explicitado a opção. O motivo é a relação entre os aliados, que ficou bastante abalada durante a campanha, por causa das duras acusações feitas entre as partes.
Pouco antes de votar, em Camaçari, na região metropolitana de Salvador (BA), o governador Wagner voltou a dizer que acha improvável que Lula participe da campanha de Pinheiro no segundo turno, por causa da tensão criada entre os partidos. Depois, já ciente da pesquisa de boca-de-urna - que dava empate entre Carneiro e Pinheiro, com 31% cada -, disse que até sua própria participação precisa ser negociada.
"Tudo vai depender da combinação com o presidente e com o (ministro da Integração Nacional) Geddel Vieira Lima (líder do PMDB na Bahia)", afirma. "Claro que se ele (Geddel) for para o palanque de lá, eu vou para o de cá." Geddel não colocou sua participação no segundo turno em dúvida. Pelo contrário: falou explicitamente sobre a estratégia para a eleição. "Vamos buscar as alianças que forem necessárias e a legitimação por parte do presidente para continuar a obra que está sendo feita pelo João", afirmou.
Apontado como maior derrotado da eleição, ACM Neto reconheceu a derrota antes mesmo de a apuração acabar, por volta das 19h30. Apesar do resultado, o deputado se disse satisfeito com sua participação, mas não falou sobre qual candidato vai apoiar. "Não existe uma naturalidade de apoio, porque os dois candidatos formam a base do presidente Lula, mas é evidente que existem diferenças ideológicas que podem levar a apoiar um candidato ou outro", afirma. "O que importa é que nosso resultado mostra que ainda temos muito a construir. Foi só minha primeira eleição majoritária, tenho 29 anos. Para o nosso grupo, foi muito positivo."
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