Dilma, aos 65, reafirma lealdade a Lula e incomoda
Nesta sexta, a presidente comemora seu aniversário na Rússia, enquanto é criticada no Brasil por, mais uma vez, ter demonstrando fidelidade ao ex-presidente Lula. Enquanto ela e ele reafirmam a unidade, torcida é grande na oposição para que ocorra um rompimento antes de 2014. Ainda não foi desta vez
14 de Dezembro de 2012 às 07:54
247 - Dois dias atrás, em Paris, a presidente Dilma Rousseff falou pela primeira vez sobre o massacre midiático contra o ex-presidente Lula. Disse que lamenta o "desrespeito" e a "tentativa de desgastar" sua imagem. Ela e ele apareceram juntos em várias fotos, sinalizando que a unidade entre ambos está mantida. Ontem, também na França, o jornal Le Monde também publicou longa entrevista com Dilma, em que ela credita a Lula os avanços no combate à corrupção no País. Segundo ela, foi Lula quem deu liberdade ao Ministério Público e à Polícia Federal para que investigassem com total liberdade.
Aparadas as eventuais arestas com o mentor político, Dilma comemora hoje, na Rússia, seus 65 anos, em sintonia com Lula. O que significa que, mais uma vez, frustrou-se a expectativa daqueles que cobravam dela um rompimento com o ex-presidente. Essa tese foi levantada ontem por Dora Kramer, no Estadão. "A presidente Dilma Rousseff agora resolveu se associar à tese de que cobrança de explicações significa "desrespeito" e "tentativa de desgastar a imagem" de alguém que tanto fez pelo Brasil. Nada desgasta mais a imagem de Lula que a recusa de se dirigir com clareza ao Brasil que depositou nele tanta confiança. Sem contar que atinge a própria presidente. Dilma vinha conseguindo ficar na posição de magistrada, sem se envolver diretamente na temática dos escândalos. Limitava-se a demitir os envolvidos e a colher os aplausos pela "faxina". Quando em Paris desqualificou as denúncias por antecipação, a presidente saiu da tribuna de honra e foi se juntar ao restante do time no meio do campo. Resultado: volta de viagem de braço dado com o problema", disse ela, em sua coluna de ontem no jornal.
Os argumentos foram ecoados no principal editorial desta sexta-feira da Folha. "Não há lugar para isso na República. Ao avalizar a conduta de seu correligionário e padrinho, antes de qualquer investigação, a presidente se apequena aos olhos de quem lhe atribuía a disposição de romper com a corrupção política", afirma o jornal de Otávio Frias Filho.
Segundo a lógica de Dora e Frias, Dilma acertaria se rompesse com Lula, lavasse as mãos e avalizasse a continuidade do massacre. A presidente, no entanto, escolheu o caminho da lealdade. E isso incomoda muito parte da oposição. Ainda não foi desta vez que Dilma e Lula se distanciaram.
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