terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Violência contra a mulher é problema de saúde pública.

As Nações Unidas definem violência contra a mulher como:

"Qualquer ato de violência baseado na diferença de gênero, que resulte em sofrimentos e danos físicos, sexuais e psicológicos da mulher; inclusive ameças de tais atos, coerção e privação da liberdade seja na vida pública ou privada".
Conselho Social e Econômico, Nações Unidas (1992).

Violência contra a mulher é um sério problema de saúde pública, assim como uma violação dos direitos humanos. Existem 3 formas de violência: psicológica, física e abuso sexual. E todas essas formas de violência podem ter sérias implicações para a saúde sexual e reprodutiva da mulher. Violência contra a mulher também pode ser institucional, ou seja quando os serviços oferecidos por uma instituição e sistemas públicos são prestados em condições inadequadas resultando em danos físicos e psicológicos para a mulher (por exemplo: longas esperas para receber tratamento, intimidação, mal trato verbal, ameaças e falta de medicamentos).

Violência e a saúde da mulher

Em muitas culturas, a violência contra a mulher é aceita; e normas sociais sugerem que a mulher é a própria culpada da violência por ela sofrida apenas pelo fato de ser mulher. Essas atitudes sociais podem ser exercidas também por profissionais da área de saúde, resultando algumas vezes no tratamento inadequado ou impróprio quando se trata de uma mulher vítima de violência que busca atendimento médico e psicológico.

A violência contra a mulher pode ter tanto efeitos de longo prazo, quanto de curto prazo. Algumas vezes o resultado pode inclusive ser fatal. Por exemplo: Uma violência sexual pode resultar em uma gravidez indesejada que por sua vez leva a prática do aborto inseguro. Mulheres que vivem com parceiros violentos podem não ter escolha no uso de métodos anticoncepcionais. Além disso a violência pode ainda contribuir com abortos espontâneos, e o aumento do risco de infecções quanto a doenças sexualmente transmissíveis como por exemplo o HIV/ AIDS.

A violência e os direitos da mulher

Vários acordos internacionais manifestam claramente que a violência contra a mulher constitui uma violação dos direitos humanos. Por exemplo:

• Em 1979, a Assembléia Geral das Nações Unidas adotaram a "Convenção de Eliminação de todas as formas de discriminação contra a mulher", conhecida como a Lei Internacional dos Direitos da Mulher. Essa convenção define o que se constitui discriminação contra a mulher e estabelece uma agenda de ações a fim de acabar com a discriminação.

• Em 1993, a Assembléia Geral das Nações Unidas aprovou a "Declaração da Eliminação da Violência contra a Mulher", o primeiro documento internacional de direitos humanos focado exclusivamente na violência contra a mulher. Esse documento afirma que a violência contra a mulher viola e degrada os direitos humanos da mulher em seus aspectos fundamentais de liberdade.

• Em 1995, a Plataforma por Ação de Beijing (da Quarta Conferência Mundial da Mulher) chama a atenção dos governos a "condenarem a violência contra a mulher e eliminarem alegações baseadas em tradições, costumes, e religião como forma de desculpas por se manterem afastados de suas obrigações com respeito a "Declaração da Eliminação da Violência contra a Mulher". Saiba mais no site de Ipas North Caroline (em inglês)

Ipas e a violência contra a mulher

Ipas é uma organização focada nos elos que ligam: violência contra a mulher, gravidez indesejada, e o aborto inseguro em seus processos, políticas e trabalho de pesquisa em todo o mundo. As atividades de Ipas nessa área incluem:

• Trabalho com a Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia de Monterrey com a Secretaria de Saúde de Nueva León na organização de um simpósio referente ao problema da violência contra a mulher que ofereça recomendações em aconselhamento na área de saúde às vítimas de violência.

• Organização do primeiro encontro sobre violência sexual contra a mulher na Bolívia, com o apoio do Ministério de Gênero, a fim de discutir o problema de violência sexual no país, revisar as leis existentes que protegem as vítimas e desenvolver recomendações para uma maior implementação dessas leis além do aumento do acesso das mulheres aos serviços de saúde pública adequados.

• Inicializou um modelo de aconselhamento em saúde para vítimas de violência sexual, que incui aspectos legais, suporte psicológico e assistência médica no México.

• Inicializou vários projetos de violência contra a mulher no Brasil, que visam a formação de uma rede de serviços de assistência para mulheres e adolescentes vítimas da violência sexual e doméstica na região Norte do Brasil

• Desenvolvimento de publicações que evidenciem as proporções negativas do impacto da violência na vida das mulheres.

• Medidas e intervenções recomendadas para tratar do problema da violência contra a mulher.

http://www.ipas.org.br/violencia.html

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