quinta-feira, 17 de abril de 2008

NA BAHIA, A MATANÇA CONTINUA.

Mais três jovens executados no subúrbio



Por Silvana Blesa*


Crime com característica de extermínio deixou moradores do bairro da Ilha Amarela apavorados. Em um local de acesso difícil, localizado na Rua do Cobre, no subúrbio ferroviário, três jovens não identificados foram executados com tiros a queima roupa na cabeça.
O crime aconteceu durante a madrugada de ontem e atraiu curiosos que saíram de suas casas para ver os corpos jogados próximo a um matagal. A lei do silêncio imperava, as pessoas olhavam, chegavam bem perto dos corpos, mas diziam não conhecer as vítimas. Apenas um idoso revelou que um dos jovens era morador do bairro de Plataforma e envolvido com drogas.
Com idade entre 18 e 20 anos, negros, estatura mediana, não portavam documentos. Dois deles estavam descalços e possuíam tatuagem nos braços. Um dos rapazes usava um crucifixo de cor azul, trajava short estampado e camiseta branca. Enquanto um outro, trajava camiseta azul e short branco. Já o terceiro vestia camiseta preta e bermuda azul, e apresentava tiros na testa. Por ser de acesso difícil, o local é preferido pelos marginas, onde vários outros crimes já aconteceram. .
O delegado titular da 5ª Delegacia de Periperi, Deraldo Damasceno esteve no local do crime e revelou que os moradores da região afirmaram que os jovens residiam no subúrbio, eram usuários e revendiam drogas no bairro. “As hipóteses para as execuções, indicam que os jovens foram assassinados em decorrência de ajuste de contas entre marginais ligados ao tráfico de drogas”, disse o delegado.
Deraldo ainda ressaltou que não acredita que o crime tenha sido praticado por integrantes de “grupos de extermínio”. “Nós estamos intensamente atuando para combater o índice de assassinatos praticados por estes grupos. Desde o começo do ano, não acontece assassinatos com perfil de extermínio aqui na área. Acredito que esta chacina seja por envolvimento com drogas, mas só posso ter certeza depois que começarmos as investigações juntamente com a participação de familiares”, revelou.
A cena do crime atraiu uma multidão que acompanhou todo o trabalho da perícia e só deixou o local, depois que as vítimas foram levadas pelo rabecão para o Instituto Médico legal Nina Rodrigues, onde aguarda reconhecimento por parte de familiares.
O delegado espera que os parentes compareçam na unidade para começar a investigar a chacina.


Mulher é morta e jogada no mar


Outro crime bárbaro aconteceu na Avenida Contorno, próximo do Solar da União. Um grupo de pescador saiu para mais um dia de trabalho e se deparou com um corpo de uma mulher boiando no mar, por volta das 8 horas de ontem. Imediatamente os pescadores entraram em contato com a polícia. O resgate do corpo foi realizado pela equipe do Núcleo de Mergulho do Corpo de Bombeiros, a frente do comando, o capitão Ramon Diego. Resgatada, a vítima foi conduzida até a praia da Preguiça onde foi efetuado o levantamento cadavérico pelo Departamento de Polícia Técnica.
A mulher que ainda não foi identificada, aparentava aproximadamente 35 anos, negra, estatura mediana, trajava roupas de dormir, fato que lava a polícia acreditar que ela estaria em casa na noite de anteontem quando foi assassinada e jogada no mar. A vítima foi executada com tiros no ouvido, peito, cabeça, ombro e mão. A guarnição da 16ª CIPM (Comercio) da Polícia Militar, permaneceu no local do crime para isolar a área até que a perícia fosse efetuada. O delegado plantonista da 3ª Delegacia localizada no bairro do Bonfim, Kleuber Cunha que investiga o crime, não tinha maiores informações sobre a autoria e motivação do assassinato.
Enquanto a perícia efetuava o levantamento cadavérico, as pessoas que passavam pelo local, pararam para ver o corpo estendido na praia. Conforme o delegado a mulher era moradora da comunidade Gamboa de Baixo situada ao lado do Museu de Arte Moderna.
O local, o delegado apontou ser considerado de alto índice de tráfico de drogas.


Corpo de homem nu encontrado na lama


Um homem de identidade ignorada, cor parda, aparentando 20 anos, foi encontrado morto por volta das 10 horas de ontem. O corpo que se encontrava despido estava jogado em uma poça de água, situada em uma estrada de barro, próximo ao viaduto do bairro de Águas Claras. O homem aparentava ser vítima de espancamento, pois no seu corpo havia marcas de pauladas. A perna direita da vítima estava amarrada com uma cueca, de cor azul e além disso, no ombro direito havia uma tatuagem.
Além deste caso, mais dois corpos de identidade ignorada, sexo masculino, foram encontrados. O primeiro foi no Bairro da Paz, onde um homem, aparentando 25 anos, foi executado com vários tiros no início da noite de anteontem, em frente a loja de material de construção, nomeada de Celestial, situada próxima a Praça Celestial.
Um outro homem de identidade ignorada morreu às 4 horas de ontem, no Hospital São Jorge, bairro de Roma. Vítima de espancamento, o homem sofreu um traumatismo craniano logo após ter dado entrada no hospital, onde foi encaminhado pelos populares que o socorreram. Segundo os policiais da 3° DP que investigam o caso, o crime ocorreu no bairro do Jardim Cruzeiro. A vítima que deu entrada no hospital sem documentação, até o momento não foi identificada.
Samuel Souza Santos Filho, 27, foi assassinado por vários tiros, na madrugada de ontem, por volta da 0h30, no bairro de São Cristóvão. Na Avenida Afrânio Peixoto, situada no subúrbio ferroviário, ocorreu o homicídio de Gildásio Ferreira Dias, 55 anos, por volta das 20 horas de anteontem. A vítima foi encontrada a bordo de um veículo, Fiat Uno, cor verde, de placa JLV- 8188 , apresentando várias marcas de tiros pelo corpo.

*Tribuna da Bahia

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