quarta-feira, 16 de julho de 2008

RIO DE JANEIRO: MAIS UM CRIME ABSURDO COMETIDO PELO ESTADO CONTRA UM INOCENTE.


Polícia Militar volta a matar outro inocente

   Policiais militares voltaram a matar outro inocente, mais uma vez a ação se passou no Rio de Janeiro. Ontem o relações públicas da Polícia Militar do Rio, tenente-coronel Rogério Leitão, defendeu a atuação de quatro policiais militares envolvidos na operação policial que resultou na morte do administrador Luiz Carlos Soares da Costa, na noite da última segunda. Segundo ele, os policiais agiram em "legítima defesa" e reagiram "a uma injusta agressão". 

  Segundo o oficial, "um detalhe fundamental é que não houve disparos durante a perseguição. Eles reagiram legalmente", afirmou durante entrevista coletiva. Um Inquérito Policial Militar (IPM) foi aberto para apurar a ocorrência, "como de praxe". Os policiais foram afastados do serviço nas ruas e fazem, até a conclusão do IPM, trabalhos burocráticos dentro do batalhão.

  Depois de assistir às imagens do jornal SBT, que mostram os policiais militares arrastando pelas pernas o assaltante Jefferson Leal e o corpo de Luiz Carlos antes de os levarem para atendimento no hospital, o tenente-coronel informou que o "desvio de conduta" dos policiais será apurado no IPM. "Não é a forma adequada de prestar o socorro e há várias punições que podem ser aplicadas, desde a prisão por 30 dias até a expulsão".

  Nunca policiais fluminenses mataram tanto quanto neste ano. E se distanciaram ainda mais num ranking negativo: é a polícia que mais mata no mundo, como já mostravam dados de 2003. Um em cada cinco homicídios, como a execução do menino João Roberto, de 3 anos, há menos de dez dias, tem como autor um policial. Entre os Estados brasileiros e países que registram dados oficiais, os 1.195 autos de resistência - quando o agente alega ter matado em confronto - de 2003 já superavam todos os casos na Europa e na América do Norte.

  Em todas as divisões dos Estados Unidos, registraram-se 370 vítimas em ações policiais. Nem mesmo as forças sul-africanas, consideradas as mais violentas do mundo, chegaram perto dos colegas fluminenses no período - 681 vítimas. Só o Estado de São Paulo, com 7??n??E?????:56 registros, se aproximou. Na comparação com países europeus, havia um abismo. Duas pessoas foram mortas em confronto com a polícia francesa em 2003, mesmo número registrado no Reino Unido. Em Portugal, apenas uma pessoa morreu nesse período. Na América Latina, o líder negativo era a Argentina, mesmo assim com 288 vítimas.

  No ano passado, porém, as diferenças entre paulistas e fluminenses se acentuaram. No Estado de São Paulo, houve 377 autos de resistência; no Rio, foram 1.330. Para piorar, o total de mortes em confronto registrados no Estado vizinho avançou 12% entre janeiro e abril deste ano (502 autos de resistência) em relação ao mesmo período do ano passado (449 casos).

  O telejornal SBT Rio, do Sistema Brasileiro de Televisão, exibiu ontem, imagens gravadas durante uma operação da Polícia Militar, contra um assaltante, no Rio de Janeiro. Durante a ação, o administrador Luiz Carlos Soares da Costa foi morto. O registro mostra os PMs chegando para cercar o veículo com as armas apontadas. Em seguida, aparece uma pistola caída no chão, que seria do bandido. Um PM retira a vítima de dentro do carro pelas pernas, e ele cai no chão ainda respirando. O policial ainda chuta o braço da vítima.

  O administrador foi morto na noite de segunda-feira por policiais militares, logo depois de ter sido feito refém pelo assaltante Jeferson Santos Leal, de 18 anos. O administrador, funcionário da Infoglobo, estava parado em um sinal, em seu Siena prata, quando foi abordado pelo criminoso. Jeferson mandou que ele se sentasse no banco do carona e assumiu a direção do carro. A polícia desconfia que ele estivesse sendo levado para uma agência bancária, para entregar dinheiro a Jeferson.

  Uma equipe de quatro policiais militares, em um carro do 22º Batalhão da Polícia Militar (BPM) fazia patrulhamento de rotina quando suspeitou da atitude do motorista do Siena. Segundo depoimento dos PMs na delegacia, eles tentaram fazer a abordagem, mas o motorista arrancou com o carro, e os policiais seguiram em perseguição. Já na Avenida Bra??n??E?????:sil, segundo depoimento dos PMs, Jeferson disparou contra o carro. Os policiais revidaram e atingiram Luiz Carlos com três tiros. Jeferson foi atingido nas costas, e foi obrigado a parar com o carro.

   O administrador morreu antes de ser levado ao Hospital Geral de Bonsucesso, onde Jeferson foi operado e passa bem. O Siena foi atingido com pelo menos nove tiros. Peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli realizaram análise no carro. Segundo o relatório inicial, o carro tem 10 perfurações à bala. Foram encontrados ainda uma cápsula de pistola 380 e um projétil de pistola calibre 40.

 


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