quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Bahia:PMs protestam e pedem segurança e condições de trabalho.



Depois de contabilizar 28 mortes de PMs somente este ano, a categoria resolveu se reunir mais uma vez e pedir ajuda do Estado em busca de melhorias para trabalhar e conter a onda de assassinatos. Cerca de 200 policiais militares realizaram ontem pela manhã uma manifestação em frente à Assembléia Legislativa, no Centro Administrativo da Bahia (CAB). Representantes dos soldados da Polícia Militar e o deputado estadual capitão Tadeu Fernandes se reuniram com a Comissão de Direitos Humanos para discutir alternativas de combate à violência contra policiais. O protesto dos PMs foi motivado pela crescente violência contra policial em Salvador, que já somam, só este ano, 28 militares e sete civis assassinados, chegando a um total de 35 policiais mortos por bandidos.
Na entrada da Assembléia Legislativa, 33 cruzes foram postas em protesto pelas mortes dos agentes. Sobre a cruz estava a boina usada pelo agente em serviço, suja de sangue, denunciando a brutal execução dos profissionais responsáveis pela segurança da população. Através de faixas, os policiais diziam que “precisamos de melhores condições para trabalhar. Policiais acuados e cidadãos desprotegidos”.
O sargento Antônio Jorge Moreira da Silva, que faz parte da comissão permanente da defesa dos policiais, revelou que o intuito de reunir os PMs foi para abrir os olhos do governador e da sociedade, “diante da violência que estamos sofrendo. Estamos sendo caçados por traficantes e precisamos que o governo olhe por nós e nos ajude dando melhores condições para podermos trabalhar”, revelou.
Antônio ainda disse que a categoria já se reuniu diversas vezes até encaminhou ao governador Jaques Wagner no mês de setembro, um ofício relatando as deficiências da corporação, e ao mesmo tempo apontando as soluções para o problema. “Mas nada foi feito por parte do governador que apenas nos enviou um ofício dizendo que a Secretaria de Segurança Pública iria nos ajudar. E até agora nada foi resolvido”, concluiu.
Os agentes em massa disseram que não querem tomar medidas mais graves como, por exemplo, uma greve, temendo que a sociedade seja a única a sofrer as conseqüências. “Sem a PM nas ruas, o povo fica ainda mais a mercê dos marginais. Não queremos uma guerra e sim a solução dos problemas. Trabalhamos sem condições adequadas, sem armamento e munição que é o principal fator do nosso trabalho. Sem falar que os coletes na maioria das vezes estão vencidos, carros sem condições adequadas, sem gasolina. Policiais enclausurados em módulo servindo como presa fácil para os bandidos. A situação faz com que muitos agentes se virem como pode, até fazendo bicos para custear os gastos domésticos”, disse um agente.


Tribuna da Bahia /Por Silvana Blesa

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