Tatiana Ribeiro
Na tarde de ontem, dois dos quatros homens mortos em confronto com policiais no início da noite de quarta-feira, no Nordeste de Amaralina, foram enterrados, no Cemitério Quinta dos Lázaros. As vítimas foram os adolescentes Wendel dos Santos Santana, 17 anos e Lucas Nascimento de Santana, 16 anos. Até o fim da noite, os outros dois corpos não tinham sido identificados. Já na Avenida Vasco da Gama, outros três mortos em troca de tiros com a polícia foram identificados como: Birinha, Piu Piu e Antonio Carlos Santos Oliveira. Indignados, moradores dessas localidades denunciaram truculência policial.
Agentes da 7ª Delegacia do Rio Vermelho negam esta versão. De acordo o boletim de ocorrências, policiais receberam uma denúncia de que traficantes estariam ameaçando e invadindo casas de moradores. Uma viatura teria sido recebida por seis homens que dispararam contra a guarnição. Moradores do local, que não quiseram se identificar por medo de represálias, contradizem a versão da polícia. Eles afirmaram que tiveram as residências arrombadas com chutes e pontapés pelos policiais, além de ser ameaçados de morte caso não autorizassem a entrada deles. Segundo a dona-de-casa de prenome Lúcia, esta não é a primeira vez que sua casa é invadida durante uma operação da polícia. “Há mais ou menos um mês eles arrombaram a fechadura de minha porta e não pagaram o prejuízo. Concordo que eles precisam combater o crime, mas não sabem como tratar a população”, desabafou.
Durante uma operação da polícia no Nordeste de Amaralina, quatro homens foram mortos. Pouco antes, o tenente Bruno Pimentel Garrec foi baleado na perna em confronto, enquanto fazia uma diligência na localidade do Areal. Viaturas das policias civil e militar perseguiram os acusados e invadiram a residência da moradora Iolanda Carvalho. Em depoimento à polícia, a sobrinha de Iolanda, que não quis se identificar, relatou que três dos quatro acusados foram assassinados dentro da sua própria residência. “Cheguei do trabalho encontrei a casa toda revirada. Eles entraram em nossa residência e quebram tudo. Isso que eles fazem é abuso de poder. Até quando isso vai continuar”, questionou Rafael Reis. Em resposta à acusação de populares quanto à truculência da ação da polícia, o major Gildemar de Almeida Gualberto, comandante da 40ª Companhia Independente da PM (CIPM), afirmou à imprensa que a ação não pode ser considerada um abuso de poder e sim, a realização de um trabalho de rotina, que resultou na polícia ser recebida a tiros.
Publicada: 31/07/2009 Atualizada: 31/07/2009
Tribuna da Bahia
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