sexta-feira, 31 de julho de 2009

Moradores apontam truculência de policiais em ações nos bairros

Tatiana Ribeiro

Na tarde de ontem, dois dos quatros homens mortos em confronto com policiais no início da noite de quarta-feira, no Nordeste de Amaralina, foram enterrados, no Cemitério Quinta dos Lázaros. As vítimas foram os adolescentes Wendel dos Santos Santana, 17 anos e Lucas Nascimento de Santana, 16 anos. Até o fim da noite, os outros dois corpos não tinham sido identificados. Já na Avenida Vasco da Gama, outros três mortos em troca de tiros com a polícia foram identificados como: Birinha, Piu Piu e Antonio Carlos Santos Oliveira. Indignados, moradores dessas localidades denunciaram truculência policial.

Agentes da 7ª Delegacia do Rio Vermelho negam esta versão. De acordo o boletim de ocorrências, policiais receberam uma denúncia de que traficantes estariam ameaçando e invadindo casas de moradores. Uma viatura teria sido recebida por seis homens que dispararam contra a guarnição. Moradores do local, que não quiseram se identificar por medo de represálias, contradizem a versão da polícia. Eles afirmaram que tiveram as residências arrombadas com chutes e pontapés pelos policiais, além de ser ameaçados de morte caso não autorizassem a entrada deles. Segundo a dona-de-casa de prenome Lúcia, esta não é a primeira vez que sua casa é invadida durante uma operação da polícia. “Há mais ou menos um mês eles arrombaram a fechadura de minha porta e não pagaram o prejuízo. Concordo que eles precisam combater o crime, mas não sabem como tratar a população”, desabafou.

Durante uma operação da polícia no Nordeste de Amaralina, quatro homens foram mortos. Pouco antes, o tenente Bruno Pimentel Garrec foi baleado na perna em confronto, enquanto fazia uma diligência na localidade do Areal. Viaturas das policias civil e militar perseguiram os acusados e invadiram a residência da moradora Iolanda Carvalho. Em depoimento à polícia, a sobrinha de Iolanda, que não quis se identificar, relatou que três dos quatro acusados foram assassinados dentro da sua própria residência. “Cheguei do trabalho encontrei a casa toda revirada. Eles entraram em nossa residência e quebram tudo. Isso que eles fazem é abuso de poder. Até quando isso vai continuar”, questionou Rafael Reis. Em resposta à acusação de populares quanto à truculência da ação da polícia, o major Gildemar de Almeida Gualberto, comandante da 40ª Companhia Independente da PM (CIPM), afirmou à imprensa que a ação não pode ser considerada um abuso de poder e sim, a realização de um trabalho de rotina, que resultou na polícia ser recebida a tiros.

Publicada: 31/07/2009 Atualizada: 31/07/2009
Tribuna da Bahia

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