sexta-feira, 31 de julho de 2009

Salvador:Policiais civis param atividades em protesto

O impasse entre policiais civis e militares baianos permanece e as atividades em delegacias da capital e de algumas cidades do interior seguem suspensas parcialmente. Na noite de ontem, segundo informações do diretor do Sindicato dos Policiais Civis (Sindpoc), Bernardino Gayoso, o delegado-chefe da Polícia Civil, Joselito Bispo, teria entrado em contato por telefone com a diretoria do sindicato, informado que o tenente Fagner Castro Santos, 22 anos, acusado de matar o perito-técnico da Polícia Civil, Hilton Martins Rivas, 25 anos, teria prestado depoimento à delegada Rogéria Silva, ainda na noite ontem.

Porém, a equipe de reportagem da Tribuna da Bahia tentou contato com Bispo por telefone, sem sucesso. Além do mais, percorreu desde as 19h30, pontos como: a 2ª delegacia (na Liberdade), a sede da Polícia Civil (Piedade) e as corregedorias da Polícia Militar (na Pituba) e Geral da Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia (em Amaralina). Nos locais citados, policiais plantonistas não confirmaram as informações do possível depoimento do tenente e negaram a presença da delegada Rogéria nas unidades.

Bernardino Gayoso afirmou ontem à noite, que apesar da informação passada pelo delegado- chefe, o movimento está mantido até a comprovação de que o depoimento foi prestado. De acordo com o presidente do Sindpoc, Carlos Lima, 70% do efetivo aderiu à paralisação. A categoria se reúne hoje, junto ao sindicato dos delegados, a partir das 9 horas, em frente à Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos, no Iguatemi. Em seguida, os manifestantes saem em passeata até a governadoria, no Centro Administrativo. O sindicato dos delegados enviou um documento em apoio ao movimento, inclusive definindo que hoje nem flagrantes serão registrados nas delegacias da capital.

Cerca de 200 policiais, entre investigadores, escrivãs e peritos técnicos da Polícia Civil, reuniram-se em frente ao edifício sede da Polícia Civil, na Praça da Piedade, em protesto a morte do perito técnico Hilton Martins, e paralisaram atividades durante o dia de ontem, cobrando a apresentação do tenente da Polícia Militar (PM), Fagner Costa Santos, à 2ª Delegacia. Tanto as unidades da capital, quanto às de Feira de Santana, Itabuna e Ilhéus, aderiram ao movimento, funcionando em regime de emergência, realizando apenas prisões em flagrante e levantamento cadavérico.

Com carro de som, cerca de 30 viaturas e faixas pretas, eles bloquearam as ruas e exigiram a prisão do autor dos disparos, que vitimaram o perito. Na última quarta-feira, durante uma abordagem de quatro policiais militares, lotados no 18º Batalhão, Centro Histórico, no Largo do Santo Antônio, Hilton Martins foi morto.

“É um absurdo esse crime, eles executaram um colega que não emitiu reação alguma à abordagem”, afirmou Bernardino. Segundo os policiais civis, a declaração feita pelo coronel Manoel Bastos, corregedor da PM, foi considerada uma afronta e um desrespeito. “Fiquei surpresa com a declaração de um corregedor ao afirmar que o militar agiu correto e em legítima defesa”, disse Soraia Gomes, presidente da Associação dos Delegados da Polícia Civil. De acordo com o presidente do Sindpoc, Carlos Lima, a apresentação do policial acusado foi solicitada pelo delegado-chefe da Polícia Civil, Joselito Bispo. “Vamos acompanhar o inquérito e exigimos que o acusado se apresente na 2ª Delegacia como é o procedimento legal”, afirmou Lima.

Publicada: 31/07/2009 Atualizada: 31/07/2009



Daniela Pereira e Leidiane Brandão

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