quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Os 40 anos do assassinato do jornalista Mário Alves serão lembrados em cerimônia realizada no auditório do Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ).


   





Os 40 anos do assassinato do jornalista Mário Alves serão lembrados em
cerimônia realizada no auditório do Sindicato dos Petroleiros do Rio de
Janeiro (Sindipetro-RJ), em parceria com o Instituto Mário Alves, na próxima
sexta-feira, 15 de janeiro, às 17h30.

O sindicato fica na Avenida Passos, 34, no centro do Rio.  Todos estão
convidados.



Depois da homenagem ao jornalista, através de seus familiares, haverá um
breve debate, com a participação do petroleiro e ex-preso político, diretor
do Sindipetro-RJ, Francisco Soriano, e do representante do Instituto Mário
Alves, Antonio Lúcio Soares, além do advogado Modesto da Silveira.
Aguardamos a confirmação da presença de um representante da Comissão dos
Direitos Humanos do Ministério da Justiça.



"Quando a gente quebra o esquecimento, a gente está afirmando que valeu a
pena" (Cecília Coimbra)         



Parte da sociedade brasileira ainda  prefere o esquecimento. Sente-se
ameaçada quando se cobra a punição dos torturadores. Mas, não será esse
silêncio uma forma de cumplicidade com o crime? Calar diante de tais
brutalidades não será uma forma de permitir que elas se repitam?



Por isso há uma parte da sociedade que faz questão de lembrar. A barbárie da
tortura deve ser denunciada e lembrada sempre, para que a humanidade enterre
essa cultura.



Mas também fazemos questão de lembrar para reverenciar nossos heróis
assassinados. Esse o motivo principal do tributo ao revolucionário Mário
Alves. A classe trabalhadora saúda a sua luta e a sua história.



Homenagem ao "Vila"



Eis o depoimento do camarada do PCBR,  Antonio Lúcio Soares, sobre o
"Vila":



Dotado de uma imensa capacidade de articular o processo político ao
organizativo, Mário (Vila, como o chamávamos) conseguiu reunir várias
tendências internas do PCB que militavam na, então, Corrente Revolucionária
do PCB e que desaguaria, em seguida, no Partido Comunista Brasileiro
Revolucionário (PCBR). Alguns tentaram menosprezar sua liderança ao
incluírem o Mário como "influenciado por setores mais radicalizados que
mergulharam o PCBR num viés militarista" (sic).



Grave erro de avaliação. Mário foi quem melhor soube unificar a concepção
marxista - leninista à prática da resistência revolucionária, quando muitos
grupos não sabiam ao certo que caminho seguir: se o da negação da construção
do partido marxista - leninista para não incorrer na burocratização que
envolvera o PCB à época ou de ser apenas mais um grupo resistente à ditadura
sem uma orientação clara sobre tática e estratégia.



Conseguiu ele viajar todo o país a fim de não deixar que os militantes da
base rebelde do PCB se desgarrassem e caíssem no empirismo da militância sem
estudo ou no academicismo do estudo sem militância. Até hoje, as sementes
por ele semeadas dão seus frutos nos estudos feitos sobre o PCBR e na luta
dos que buscam estudar mais profundamente os documentos políticos de
fundação do PCBR e aplicá - los na luta diuturna pelo Socialismo:  Camarada
Mário Alves? Presente!



Quem foi Mário Alves



Mário Alves foi fundador e principal dirigente do PCBR, uma dissidência do
Partido Comunista Brasileiro (PCB) que defendia a luta armada, na época da
ditadura empresarial e militar. Segundo testemunhas, o jornalista foi
barbaramente torturado e morreu no cárcere, em 17 de janeiro de 1970, um dia
depois de ter sido preso pelo Dói-Codi. Mas o crime nunca foi apurado e até
hoje Mário é dado como desaparecido.



A história de vida de Mário Alves de Souza Vieira (1923-1970) é um capítulo
da luta e da resistência da classe trabalhadora e das camadas populares
durante a ditadura no Brasil. Em depoimento extraído do livro "Desaparecidos
Políticos", o advogado Raimundo Teixeira Mendes relata que ele teve papel
fundamental na formação do movimento revolucionário brasileiro:



"Militante e ex-dirigente do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e,
posteriormente, do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR), Mário
Alves esteve sempre ligado a base do partido e incentivou a organização e a
formação política com o apoio permanente ao fortalecimento das organizações
ligadas aos trabalhadores. Opondo-se à orientação da direção do PCB que
naquele momento defendia uma possível aliança com a burguesia nacional, ele
seria expulso do Partido em 1967" .



Torturado até a morte



Mário Alves tinha 46 anos quando, conforme o relato de sua companheira Dilma
Borges,  foi preso pelo DOI-CODI e  "barbaramente espancado, submetido à
suplício, com o uso de um cassetete dentado e o corpo todo esfolado por
escova de arame". Mantendo-se fiel a sua postura política que marca sua
trajetória de vida, ele se recusou a prestar as informações exigidas pelos
torturadores.



Segundo informações do Grupo Tortura Nunca Mais, "a companheira de Mário
Alves e sua filha Lúcia conseguiram, em 1987, que a União reconhecesse a
responsabilidade civil por sua prisão, morte e danos morais. Foi, assim, o
primeiro caso em que a União reconheceu sua responsabilidade por um
desaparecimento político".



O Instituto Mário Alves



Sediado em Pelotas, no Rio Grande do Sul, o Instituto Mário Alves (IMA)
procura manter viva a trajetória política e os princípios que impulsionaram
a caminhada deste importante militante comunista. O IMA promove cursos e
palestras nas mais diversas áreas de interesse dos movimentos sociais,
colaborando para a formação política da classe trabalhadora e estudantil.
Além de buscar desenvolver estudos e pesquisas políticas, econômicas e
sociais.



Seu acervo conta com uma biblioteca com mais de três mil volumes e uma
videoteca com mais de 800 filmes em VHS e DVD. Todo esse material é de
conteúdo político e filosófico e trata dos diversos temas que envolvem a
questão da luta de classes e as experiências políticas que buscam o processo
de liberdade humana.



Por se tratar de uma Organização Não Governamental, sem fins lucrativos e
não partidária, esta importante entidade se mantém com a colaboração dos
associados e, também, de algumas entidades sindicais.  Saiba mais em
imapelotas.blogspot.com







Fonte: Agência Petroleira de Noticias,7-01-2010






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