terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
Jolivaldo Freitas: Coisas do Porto da Barra.
Eu vinha desde o mês de setembro alertando aos organismos municipais e estaduais ligados ao turismo, limpeza pública, ordenação do solo e controle de ambulantes e etc., etc., etc. que o período do Verão estava próximo e que os turistas de tudo quanto é lugar deste grande sertão que é o planeta Terra, estavam chegando. Eu dizia:
- Gente, vamos arrumar a cidade. Vamos dar um jeito no Pelourinho e no Porto da Barra.
Todo mundo sabe que estes dois destinos são os preferidos para dar um tempo por todos aqueles que chegam por aqui. Claro que o cara dá uma passada no adro do Bonfim, compra uns trecos no Mercado Modelo e chupa picolé na Sorveteria da Ribeira ou olha de longe com medo de ladrão ou de cobra nas dunas do Abaeté. Parar… parar mesmo só no Porto da Barra ou no Pelourinho.
Para piorar a situação das autoridades locais, a Bahia foi eleita pelo The New York Times como um dos três roteiros mais interessantes do planeta e o Porto da Barra – escolheu o The Guardian - uma das três praias urbanas mais bonitas do planeta. Sem falar que um jornal alemão, que não lembro o nome agora, disse que o Porto da Barra é o paraíso dos gays, lésbicas, transexuais e tudo o que gravita em torno das cores do arco-íris. Com isso as exigências são maiores.
Chamei a atenção da falta de policiamento. Do pouco efetivo nas barracas dos salva-vidas. Observei que não existia placa de orientação sobre horários de prática esportiva ou mesmo a qualidade da água. Pois, não é que ficou tudo do mesmo jeito. Pior: por causa do aumento no número de transeuntes, surgiram buracos no calçamento entre o Porto e o Barravento. O piso ao redor do Farol da Barra perdeu a grama e está mais careca que o chicleteiro Bell Marques – conforme garante o publicitário Nizan Guanaes.
Até os argentinos – sempre eles – se acostumaram e amalgamaram com a patuleia que vai ao final de semana no Porto da Barra e aprenderam a jogar frescobol no meio da criançada e tome pancada ou ensaiam aús, rabos-de-arraia e rasteiras no melhor estilo do Mestre Pastinha à beira-mar. E quem quiser que saia de baixo.
A área do Farol da Barra estava até anteontem com boa parte das luzes queimadas. O Porto da Barra tem luz, mas esqueceram também de podar as árvores e grandes trechos estão às escuras. Aliás, para uns é péssimo, mas para outros é bom para dar uns amassos dentro d´água à noite nas gringas de bumbuns brancos. Falar a verdade: a Barra ficou ao Deus-dará neste curto inverno que já se vai e vai tarde. Culpa da União, do Estado e do Município.
Por sorte, o Senhor do Bonfim, Oxalá, Nossa Senhora da Conceição da Praia, Iemanjá, São Francisco Xavier e todos os santos católicos e afro-brasileiros gostam desta terra e têm residência fixa. Pois, se depender dos técnicos do funcionalismo público em geral, já tínhamos sido levados por uma Tsunami. Aliás, seria melhor que passar vergonha perante os turistas.
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