segunda-feira, 16 de maio de 2011

A Bahia reza pela vida de Monsenhor Sadoc.


Paroquianos de Salvador sentem a falta do monsenhor Gaspar Sadoc da Natividade, que se afastou de suas atividades religiosas devido a problemas de saúde. O estado dele se agravou nesta quarta-feira, quando foi internado na UTI do Hospital Aliança. Mesmo aposentado, o religioso de 95 anos manteve suas funções espirituais, sempre ouvindo e aconselhando os paroquianos e inúmeros amigos e convidados.

Segundo informações prestadas pela Assessoria de Imprensa da Arquidiocese de Salvador, o padre foi hospitalizado com um quadro de infecção urinária, após ter sua saúde bastante abalada depois de ter sido submetido a uma cirurgia da coluna, no final do ano passado. Além disto, ainda sofreu uma fratura no fêmur devido a uma queda, quando se encontrava em período de recuperação.

O monsenhor foi pároco da Igreja Nossa Senhora da Vitória, no Largo da Vitória, por quase 40 anos, sendo que pelas leis eclesiásticas o seu afastamento (ou aposentadoria) de lá aconteceria quando o sacerdote completasse 75 anos, só que no caso de Gaspar Sadoc, a comunidade, devido ao seu carisma, não aceitou e manifestou-se junto à Arquidiocese - quando Dom Lucas era cardeal - para que fosse prolongado seu tempo na paróquia, somando-se então mais cinco anos de permanência, até completar 80 anos.

Em fevereiro de 1968, ele iniciou seus trabalhos na Igreja da Vitória, onde tornou-se Pároco Emérito e Vigário Paroquial. Nesta comunidade, o monsenhor fundou a Creche Escola Nossa Senhora da Vitória e o Centro Médico E Odontológico.

Gaspar Sadoc Nasceu em Santo Amaro da Purificação, em 20 de março de 1916. Desde pequeno admirava o trabalho dos padres, iniciando a vida religiosa ainda muito jovem. Com apenas 12 anos entrou para o seminário, no ano de 1929.

O monsenhor foi ordenado em 1941, e um ano depois tomou posse da sua primeira paróquia, que foi no bairro da Liberdade. Depois foi para a Igreja de São Judas Tadeu, na Baixa de Quintas, onde ajudou a construir o Santuário de São Judas Tadeu, permanecendo nesta paróquia durante 18 anos, e só depois foi para a Igreja da Vitória.

Para os católicos de Salvador, o pároco é considerado um líder espiritual, realizador de várias obras sociais, e, informalmente, sempre mereceu as reverências de um cardeal, pela sua inteligência, oratória e forma carismática de apresentar-se.

Aproximação com a comunidade.

Contam as pessoas mais antigas que, quando chegou na Igreja da Vitória, conseguiu aproximar muito a comunidade local, até refazer a união de muitos casais através do “Movimento Encontro de Casais com Cristo”.

Sempre disposto a ouvir os problemas dos que o procuravam, terminava os encontros com palavras de fé e de esperança, sem distinção de pessoas abastadas ou carentes. E dentro desta linha foi amigo e conselheiro espiritual do já falecido senador Antonio Carlos Magalhães e de toda sua família, inclusive no momento de grandes perdas para a família, como o da filha Ana Lúcia e do deputado Luis Eduardo.

Para o diretor-presidente da Tribuna, Walter Pinheiro, que conheceu o padre nos idos 1970, “ ele tornou-se líder espiritual de nossa família e de milhares de paroquianos da Vitória e de adjacências, uma das paróquias mais importantes da Arquidiocese. Através disto, suas ligações com a Tribuna se tornaram muito fortes, sendo ele nosso leitor privilegiado e difusor permanente dos nossos textos junto aos seus da diocese”.

Walter Pinheiro disse ainda sobre Sadoc que “sempre marcou em nós o poder por ele exercido, mesmo diante de poderosas autoridades, valendo-se para tal apenas da força dos seus conceitos sobre a vida, e de sua crença inabalável nas interseções da Virgem Maria, São Judas Tadeu, Jesus e Deus”.

As mensagens de monsenhor Sadoc sempre exerceram influências nos paroquianos “pela admiração que todos passaram a lhe devotar, como um dos maiores oradores sacros do país”, afirmou o diretor-presidente.

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