Proibição em todo país
Fim de testes em animais para cosméticos no Brasil será pauta de discussão
02 de outubro de 2013 às 6:00
Por Vinicius Siqueira (da Redação)
Foi entregue ao Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (CONCEA) um relatório de teor moral e científico pedindo a proibição do uso de animais em testes para cosméticos que será discutido em sua reunião plenária entre os dias 23 e 24 deste mês. Enviado pelo grupo Human Society Internacional, o conteúdo do documento pretende ser um argumento para o fim de qualquer forma de teste que provoque dor aos animais. Os testes são procedimentos para a produção de itens que não são necessários aos humanos. As informações são do Pravda.
Segundo Helder Costantino, gerente da campanha contra testes em animais "Liberte-se da Crueldade", "Nós esperamos que os membros do CONCEA analisem cuidadosamente o teor moral e científico do nosso pleito para uma proibição. A maioria dos brasileiros se opõe a estes testes ultrapassados e já está na hora do Brasil confinar estes testes aos livros de Historia."
No Brasil, os coelhos são utilizados frequentemente para testes cutâneos e oculares, onde substâncias que deverão ir aos produtos são borrifadas ou pingadas em seus olhos e sobre a pele, após ter sido previamente raspada. Os coelhos são presos à suportes pelo pescoço que os imobilizam, evitando que arranquem os próprios olhos devido à dor intensa que o teste implica. Normalmente as suas pálpebras são mantidas abertas, para que seja fácil a visualização dos efeitos das substâncias no animal e, após todo o teste, os coelhos são mortos visando verificar o efeito das substâncias em seus organismos.
Na ANVISA, agência de vigilância sanitária oficial do país, há uma diretriz que permite, até mesmo, o teste em genitálias animais. Em todos os testes, os animais são submetidos à substâncias que causam irritação e diminuem consideravelmente a qualidade de vidas dos bichos utilizados.
Por volta de 30 países já abandonaram o uso de animais em testes para a fabricação de cosméticos, e todos eles substituíram os bichos por métodos livres de qualquer crueldade. São métodos que trazem resultados mais fiéis aos objetivos dos testes e que, portanto, são mais indicados para a previsão de um futuro contato humano com a substância testada.
A Índia, um dos últimos países a conseguir a proibição de testes em animais, precisou de uma longa discussão com cientistas e especialistas em animais, junto com uma feroz campanha da PETA, denunciando os maus-tratos que ocorriam nos laboratórios do país.
Simone Lima, Diretora Geral da ProAnima, que apoia a campanha contra os testes afirma que "Quando as pessoas descobrem como são realizados os cosméticos, que os mesmos são testados em animais, mesmo havendo alternativas, sempre nos perguntam: por que isso ainda não mudou no Brasil? Esperamos que o CONCEA considere o pleito da sociedade civil organizada e tome a decisão de abolir essa forma cruel e absolutamente desnecessária de uso de animais".
O movimento europeu radical Stop Vivisection, que luta para o fim de testes em animais, também é um dos braços ao redor do mundo que exige o término da exploração animal, mostrando de maneira crua o sofrimento dos bichos em todos os testes em que são submetidos. Cerca de 500 milhões de animais perdem suas vidas todos os anos em laboratórios, ao serem utilizados até a morte em testes laboratoriais.
Todas as formas de abuso animal são detestáveis e condenáveis, argumenta Sônia Fonseca, presidente do Fórum Nacional de Defesa Animal, então, é necessário que sejam criados novos métodos para a substituição dos atuais métodos antiéticos. Diversos já foram criados e já estão disponíveis para qualquer indústria, o que faz a questão da proibição do uso de animais se tornar mais forte ainda. "Todas as formas de experimento envolvendo o uso de animais são inaceitáveis, se considerarmos que é errado violar, ferir, mutilar, causar tormento e morte a seres indefesos. O que dizer, então, quando a finalidade de tanto mal é fútil?", diz Sônia.
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