Novo procurador-geral de justiça enfrenta resistência de entidades de classe
Thais Rocha, do A TARDE
A Associação Nacional de Membros do Ministério Público (Conamp) classificou como uma “tragédia” a escolha do promotor de justiça Wellington Lima e Silva como novo chefe do Ministério Público da Bahia. “A conduta do governador da Bahia contrariou a democracia e prejudicará, também, o Ministério Público deste Estado”, comentou o presidente da entidade, José Carlos Cosenzo.
A Conamp, historicamente, defende a nomeação do membro mais votado na lista tríplice encaminhada aos governadores. A exceção está quando a diferença entre o primeiro e o segundo colocado é pequena, a exemplo da escolha recente em Minas Gerais, quando a diferença foi de apenas um voto.
“Neste caso, o nome escolhido pelo governador da Bahia recebeu menos da metade dos votos da candidata mais votada”, lembrou Cosenzo. Para ele, o procurador-geral escolhido pelo governador tem legalidade para assumir o cargo, mas não legitimidade para ocupá-lo.
Por isso, o presidente da Conamp disse que, apesar de já ter passagem comprada e reserva em hotel, não virá à cerimônia de posse, marcada para amanhã. “Sem qualquer referência à honra do nomeado, posso dizer que muitos outros colegas, em igual situação, optaram por não aceitar um ato que pudesse dar conotação de favorecimento, ou deixar dúvidas quanto à imparcialidade na atuação de uma pessoa que obteve apenas um terço dos votos de seus pares”, declarou.
Ao contrário disso, Cosenzo afirma que, durante a campanha, o então candidato Wellington Lima e Silva costumava declarar que, uma vez na lista tríplice, sua indicação pelo governador Jaques Wagner seria certa. “Com um posicionamento como este, o então candidato coloca o próprio governador em uma situação ruim e prejudica a credibilidade do Ministério Público”, declarou.
Diante disso, a Conamp fiscalizará de perto a gestão do novo procurador-chefe da Bahia. “Se houver menor deslize, representaremos contra ele no Conselho Nacional do Ministério Público”.
Em casa - Na Bahia, a reação contra a escolha do procurador-chefe não foi tão enfática. O presidente da Associação do Ministério Público da Bahia, que representa os promotores e procuradores de justiça do Estado, Jânio Braga, disse que, apesar de defender a escolha democrática, é hora de a categoria se unir para garantir a boa administração do procurador escolhido.
“A escolha do governador é constitucional, a nomeação do doutor Wellington é um fato e, agora, cabe a nós preservarmos o bom funcionamento da instituição”, disse.
Para os servidores, a escolha do procurador-geral representa a mudança administrativa. “Não explicitamos apoio a nenhum nome, até porque os servidores não votam, mas demos nossas considerações sobre as propostas de cada um deles”, disse o presidente do Sindicato dos Servidores do Ministério Público da Bahia (Sindsemp), Jairo Cruz Gomes.
Dentre os três que estiveram na lista tríplice, os servidores só discordavam das propostas apresentadas pela procuradora Norma Angélica, a mais votada. “Defendemos a redução das pessoas contratadas nos 328 cargos de comissão”, destacou Gomes.
Não se esqueçam ! A democracia é boa qdo nos faz bem. E este é o lema do PT. Mas, a lista não é tríplice??? Alguém vai sobrar, ou não ? Ele escolheu a quem melhor lhe servirá.Ou não!!!
ResponderExcluirPaulo Roberto
Nao conheço o Dr. Wellinton mas, independente de como se deu a sua escolha, rogo para que o novo PGJ tenha no servidor um aliado e nao um fardo - aja vista a nada saudosa admninistração do seu antecessor que mal recebia o sindicato de servidores do MPBA. O direito de escolha é constitucional e legal, muitos dizem que isso é choro de perdedores, será !? E afinal, que perdeu?
ResponderExcluirAntonio M. Souza
Mais um integrante do grupinho de Wagner que chega ao poder. Nessas horas não adianta competência, votação e nem vontade da categoria: vale mesmo é ser amigo do Rei. È assim que o governador administra o nosso estado: fazendo nomeações políticas mesmo quando existe votação e critérios mais “transparentes’ que deveriam ser respeitados.
ResponderExcluirFrancisco Carvalho
Pra que serve a lista tríplice dos promotores, para que serve a votação que eles promovem internamente, se no final o governador nomeia quem ele quer e não dá a mínima para o que a categoria quer? O desejo expresso dos promotores não valeu de nada com esse governador autoritário e como fome de poder.
ResponderExcluirMiguel Cunha
O Governador está dando mais uma mostra do quão autoritário e antidemocrático ele pode ser. Mesmo o candidato dele sendo o menos votado entres os três nomes apresentados pelos promotores, ele passou por cima das boas praticas e nomeou Wellington. Os promotores da Bahia mereciam ter a sua decisão respeitada e referendada pelo Governador.
ResponderExcluirMarcelinho
Cade a democracia ? não deveria ter eleição no MP, pois Welington ja sabia e declarava publicamente que ganharia se ficasse entre os 3 mais votados,´só que a votação dele foi ridicula, ele mesmo deveria ter vergonha de assumir um cargo tão importante em uma entidade de respeito como é o MP, sabendo que nem um terço dos seus colegas o escolheram. RIDICULO O GOVERNADOR.
ResponderExcluirMarcus Vinicius
O Governador deve escolher o Procurador-Geral em lista tríplice. A escolha é dele não da maioria dos membros do MP. esta escolha deve ter preocupado a maioria dos membros do MP pois pode enfraquecer seu corporativismo.
ResponderExcluirLuz
É uma Vergonha. Senhor Governador. Onde já se viu um candidato classificado em terceiro lugar assumir uma função importante no MP? Só na BaHIA.
ResponderExcluirCarlos Costa