Um raio-x das responsabilidades de quem faz o elo comunicativo entre a sociedade e a saúde pública. Foi o que estabeleceu o I Ciclo Baiano de Mídia e Saúde Pública no Brasil, realizado ontem, no auditório do Ministério Público do Trabalho. O evento, direcionado a profissionais de saúde e comunicação social e estudantes das áreas, também marcou o lançamento do Prêmio José Marques de Melo de Comunicação Científica para a escolha das melhores reportagens sobre o tema, com entrega programada para dezembro.
Promovido pela Fundação Maria Lúcia Jaqueira de Mattos em parceria com o Sindicato dos Trabalhadores em Rádio, TV e Publicidade da Bahia (Sinterp-Ba), o evento reproduziu, pela primeira vez no estado, um conteúdo programático voltado para a discussão da comunicação em saúde pública. "É preciso que a gente pense a saúde pública não como a seringa ou o remédio, mas como um processo complexo que reúne prevenção, educação, cultura popular. Quem sabe a gente possa ter uma política de comunicação de qualidade que dê conta de todo esse processo e suas implicações", argumenta o presidente do Sinterp, Edmundo Filho.
A Conferência Brasileira de Comunicação e Saúde é realizada há oito anos, mas a Bahia nunca levou participação efetiva nessas discussões. A presidente da Fundação Maria Lúcia Junqueira de Mattos, Vera Mattos, diz que os profissionais de comunicação baianos precisam encontrar uma linguagem em comum para tratar de saúde e ter mais cuidado com a informação que recebem.
"Precisamos de especialização, de vocabulário adequado, de estar atentos à evolução medicamentosa. Muitas vezes veiculamos anúncios mas não verificamos se os produtos têm, além da avaliação do Ministério da Saúde, a efetiva qualidade e custo-benefício", coloca Vera Mattos. Para ela, o ciclo de palestras foi o início de um diálogo na busca de oferecer informação de qualidade. "É importante a multiplicação dessas informações através de médicos nas rádios, em programas comunitários, colocando as tecnologias a serviço da educação da população".
A coordenadora de imunização da Secretaria Estadual de Saúde (Sesab) foi uma das convidadas para o ciclo de palestras. Nilda Ivo falou sobre prevenção em saúde pública e as campanhas publicitárias. Comentou também sobre as duas facetas da cobertura jornalística: a que ajuda e a que atrapalha. "Quando a mídia não toma o cuidado devido ou não busca as fontes corretas, pode gerar pânico na população. Foi assim quando houve um surto de meningite em alguns estados, no ano passado
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