terça-feira, 23 de setembro de 2008

Em Salvador candidatos a prefeito passam do debate a agressão moral na televisão.

Bate-boca continua mesmo após o debate


Tribuna da Bahia
Notícias
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Passado o debate - diga-se de passagem, o mais quente protagonizado até agora -, engana-se quem pensa que os ânimos esfriaram entre os postulantes à vaga no Palácio Thomé de Souza. Os candidatos ontem, “madrugaram”, no sentido de revidar os ataques que ficaram sem reposta durante o polêmico embate. Com isso, vários desafios foram lançados, a começar pelo secretário municipal da Saúde, José Carlos Brito, que em defesa do prefeito João Henrique (PMDB), desmentiu as declarações do candidato a prefeito, Antônio Imbassahy (PSDB), de que haveria postos de saúde municipais fechados. “Eu gostaria que ele citasse apenas um que não está funcionando”, desafiou Brito.
O secretário foi enfático ao afirmar que desde quando assumiu a pasta, em abril deste ano, não só mantém em atividade as 133 unidades da rede de Salvador, como abriu novos postos, a exemplo da unidade de Ilha de Maré, inaugurado no último dia 6, assim como o de Cajazeiras XI, que será entregue na próxima semana.
José Carlos Brito também rebateu a acusação de que o município não destina o mínimo de 15% do orçamento anual para o setor. Segundo ele, entre 2005 e 2007, a prefeitura repassou para a Secretaria de Saúde 16,33%, 15,44% e 16,07% do orçamento. “Além disso, é importante ressaltar que a gestão plena, instituída neste governo, de fato ampliou os recursos federais enviados para a capital baiana, mas são verbas carimbadas, destinadas a responsabilidades novas assumidas com a gestão plena”.
Dentre as novas ações da prefeitura, Brito citou ainda na lista a informatização, que já chegou a novos postos, a ampliação do número de famílias com acompanhamento determinado pelo Bolsa Família - um crescimento de 50 mil somente este ano, e uma nova central, que engloba serviços de vigilância sanitária, vigilância epidemiológica, central de vacinas e análise de água para consumo humano, a ser inaugurada no próximo mês.
E não pára por aí. O prefeito João Henrique, um dos mais atacados no enfrentamento, não ficou de fora e decidiu contra-atacar antes que voltasse a ser bombardeado, só que dessa vez mirando o alvo para o candidato petista Walter Pinheiro.
Na última semana, Pinheiro, em seu horário político gratuito, acusou a propaganda da administração municipal de ter enganado uma moradora de um bairro popular que apareceu em uma peça publicitária da prefeitura. A propaganda do petista mostrou um depoimento da moradora relatando que não sabia para que estava posando na área onde estão sendo construídas casas populares pela prefeitura. Contudo, o prefeito mostrou documentos com a cessão de imagem da moradora e, além disto, apresentou outras pessoas confirmando o que disseram na propaganda da prefeitura. “Há moradores de Salvador que não se vendem”, atacou.
Como reforço o coordenador de marketing de João Henrique, Maurício Carvalho, explicou que “a propaganda é o que em publicidade chamamos de pack-shot, ou seja, é quando se cria um cenário de uma coisa que ainda vai acontecer. Numa propaganda de lançamento imobiliário, por exemplo, aparece um apartamento, mas, na verdade, ele ainda nem foi construído”.
No entanto, ao que parece, a tática não conseguiu calar a boca do adversário. Ainda ontem, em release publicado no seu site, numa verdadeira onda de “salve-se quem puder”, Pinheiro reiterou o discurso de que as casas populares, próximas à praia de Tubarão, estão sendo construídas, na verdade, pelos próprios moradores, que receberam os recursos - cerca de R$ 5 milhões - do programa “Crédito Solidário”, vinculado ao Fundo de Desenvolvimento Social, do Ministério das Cidades e do Fundo de Combate à Pobreza, mantido e gerido pelo governo do Estado.
Por fim, o candidato do PSDB à prefeitura de Salvador, Antonio Imbassahy, em mais um direito de resposta, apresentou a sua versão para as acusações feitas por João Henrique sobre os gastos deixados pelo tucano na época em que ele administrava a cidade, mostrando documentos do Tribunal de Contas do Município, aprovando as suas contas. (Por Fernanda Chagas)


Candidatos cantam vitória



Mesmo após mais um debate com escassez de propostas e excesso de agressões, alguns candidatos ainda comemoram o resultado do encontro. Nenhuma novidade, nenhuma projeto interessante, sem contar que os discursos dos candidatos, de tão repetitivos (como vem sendo desde o início do processo da sucessão municipal 2008), parecem disco arranhado na vitrola. Mesmo muito aquém do esperado, alguns candidatos comemoraram o resultado.
O candidato Walter Pinheiro afirmou que fez propostas concretas, viáveis e com compromisso de promover a participação e o controle social da gestão pública no debate da TV Aratu. Dentre as prioridades apresentadas, destacou as propostas do Bairro Educador, a geração de trabalho e renda, a desconcentração e revitalização das atividades comerciais e o programa “Saúde para Todos”, cuja primeira iniciativa é botar todos os postos de saúde para funcionar.
Já o candidato à reeleição João Henrique Carneiro (PMDB) disse que conseguiu demonstrar os avanços da sua gestão, mas foi o único que lamentou que os quatro concorrentes tenham privilegiado as agressões à sua administração, em detrimento das propostas. Sobre antigos aliados que hoje apóiam o candidato a prefeito Walter Pinheiro, João destacou que os avanços em áreas como educação, saúde, reparação e emprego aconteceram porque Salvador tinha um prefeito que liderou esse processo. “Isso é ingratidão. Nós demos todas as oportunidades para o PT desenvolver suas políticas públicas”.
Os candidatos ACM Neto (DEM), Imbassahy (PSDB) e Hilton Coelho (Psol) não comentaram, até o fechamento desta edição, a atuação no debate da TV Aratu. Ainda temos os debates da TV Record, que será realizado no próximo domingo, a partir das 20h30, e o da TV Bahia, que será no dia 2 de outubro. Espera-se que nesses dois últimos encontros a coisa mude de figura. (Por Carolina Parada)


Inserções fazem mais sucesso que programa eleitoral



Quando o horário eleitoral gratuito se iniciou na tevê, no dia 19 de agosto, todas as atenções, assim como apostas de crescimento por parte dos candidatos, em especial das chapas majoritárias, se voltaram para ele. No entanto, na reta final da sucessão municipal- restam apenas 14 dias para o pleito -, ao contrário do que se podia imaginar, as inserções políticas que duram de 15 a 30 segundos e são veiculadas nos intervalos de programas de grande audiência durante todo o dia, tem roubado a cena e surtido um efeito, segundo os próprios candidatos afirmam, muito maior que a “consagrada” propaganda eleitoral.
O custo de produção de cada uma delas chega a R$ 10 mil, em média. Mas, isso é o que menos importa quando o assunto é a tão sonhada vaga no Palácio Thomé de Souza. Segundo os postulantes, somente a certeza de que a mensagem chegará a milhares de telespectadores é o bastante.
O tom é “do tudo ou nada”, ou seja, cada vez mais agressivo e na maioria das vezes na base do ataque ou do contra-ataque. Cada um defendendo o seu lado e arranjando novos métodos, no sentido de desbancar de “forma leal” seus adversários e convencer os eleitores de que suas propostas são as melhores para a cidade. O certo é que nessas horas ninguém se salva.
A justificativa para as inserções ter virado “a menina dos olhos” dos postulantes a prefeitura de Salvador, segundo avaliam os coordenadores de campanha “se resume ao fato de serem transmitidas durante programas de grande audiência e acabar por prender a atenção de quem está do outro lado da tela, mesmo que estes não se interessem pelo assunto. “Afinal, ninguém vai mudar de canal por conta de pequenas introduções e no final a mensagem acaba sendo passada”, confidenciou um coordenador de campanha.
Entretanto, o horário eleitoral gratuito continua servindo como eficiente palanque eleitoral, garantem os marketeiros. Esta semana, por exemplo, as trocas de farpas foram das mais variadas e ninguém poupou ninguém. Teve direito a tudo, como por exemplo, ao prefeito João Henrique (PMDB), como de costume atacar o petista Walter Pinheiro e, por tabela, o tucano Antonio Imbassahy, que além de rebater mirou em ACM Neto (DEM), cujas críticas se voltaram em dose tripla para João Henrique, Imbassahy e Pinheiro, que por sua vez, também não poupou críticas aos adversários, em especial a João Henrique.
No jogo pela vitória nem mesmos os jingles ficaram de fora. Os de sucesso, por exemplo, estão sendo “copiados” e “arranjados”, com um único objetivo: fazer com que o eleitor memorize, de qualquer jeito, o número dos candidatos. Neste sentido, o PT sai na frente. Depois do “Créu do 13”, Walter Pinheiro aposta agora no “Pagodão Bonde do 13” para tentar desbancar o grande hit das eleições deste ano, o jingle “Eu quero Hilton 50”, que já foi executado até por Ivete Sangalo em show na Costa do Sauípe. A nova música da campanha foi lançada semana passada, durante uma caminhada. A composição de Moisés Souto pretende vincular ainda mais a imagem de Pinheiro ao presidente Lula e ao governador Jaques Wagner. Nessa onda, o prefeito João Henrique resolveu lançar o seu ritmo do “créu” e tratar de difundi-lo por toda a cidade. (Por Fernanda Chagas)


Programa eleitoral em total clima de guerra



Como já era de se esperar o programa eleitoral gratuito de ontem se transformou num verdadeiro campo de guerra, onde todos os candidatos tiraram as máscaras e mostraram que o clima agora é de tudo ou nada e o que importa é consolidar a vitória, no próximo dia 5. Nesse jogo, nem mesmo o candidato democrata, ACM Neto, que defendia a “campanha da boa vizinhança” ficou de fora.
Embora tentasse manter a linha de “bom moço”, nas entrelinhas, atacou o prefeito João Henrique ao dizer que a prefeitura precisa trabalhar mais e ser mais eficiente. Por tabela, afirmou que Salvador é a 3º maior capital do País, no entanto o executivo municipal age como se fosse uma cidade pequena. A briga PT x PMDB esquentou ainda mais. Se por um lado o prefeito João Henrique tratou de compor provas para desmentir acusação de Pinheiro, quanto a construções de casas populares e afirmar que o Partido dos Trabalhado- res mais uma vez tenta desqualificar a administração da qual participou, abandonando o barco nos 45 minutos do 2º tempo, o PT além de voltar a bater no prefeito sob o mesmo argumento (casas populares), decidiu por mirar sua metralhadora também para ACM Neto (DEM), responsabilizando os dois partidos pela aprovação do PDDU, “às escuras”, como ele mesmo classifica.
Ainda contra Neto, Pinheiro usou o discurso de Lula em resposta ao democrata, na ocasião em que prometeu dar uma surra no presidente. Para isso, utilizou nada menos que uma gravação do presidente dizendo: “Tem políticos que não respeitam o presidente. Tem até um naniquinho que disse que ia me bater e vocês não viram eu responder”.
O tucano Antonio Imbassahy, por sua vez, destacou o seu desempenho e as críticas destinadas aos adversários no último debate, enquanto Hilton Coelho (PSOL) voltou a bater no PDDU. (Por Fernanda Chagas)

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