quinta-feira, 25 de setembro de 2008

POLICIAIS MILITARES EXECUTADOS : ROTINA DE DOR SEM FIM.


As famílias de policiais militares mortos, além de conviver com a perda de um ente querido, ainda podem deixar de receber o seguro de vida no valor de R$ 30 mil. A denúncia é do presidente do Sindicato de Soldados e Praças, Marcos Prisco. Para ele, os dependentes de policiais militares assassinados só terão direito ao seguro caso a morte seja em decorrência do serviço . “Isso é um absurdo porque policial militar exerce a função 24 horas, e no entanto, existe toda uma burocracia para a família receber esse valor”, disse.
Para o tenente-coronel Legsamon Mustafá, responsável pelo serviço social da PM, logo após a morte do policial é feita uma sindicância para constar se o óbito foi por causa do serviço ou não. “Se um agente é morto mesmo estando em folga, será instaurado um inquérito. Se constatado que ele prendeu alguém ou foi reconhecido por um bandido e morto, provavelmente a família dele receberá a pensão” O tenente-coronel ainda afirmou que os dependentes poderão não receber o benefício se a sindicância mostrar que o policial não foi morto em serviço. “Isso é muito relativo. Por exemplo, se o policial estiver num bar bebendo quando de folga, se for vítima de um assalto ou de uma fatalidade, os familiares podem não receber”, relatou.
Conforme Prisco, não deveria existir uma sindicância para provar se o policial morreu em decorrência do serviço ou não. “Nossos salários são tão baixos e o risco de morte é grande. Nós militares ainda temos que nos preocupar se nossos dependentes terão direito ao seguro após a morte”, afirmou.
De acordo com o comando geral da Polícia Militar, a PM presta assistência aos dependentes de policiais vitimados através do Serviço de Valorização Profissional (Sevap), do Departamento de Pessoal da PM, com atendimentos nas áreas de Serviço Social, Psicologia e Apoio Jurídico. O comando ainda relata por meio de nota que os dependentes de policiais mortos independente de estar exercendo a função ou não, têm direito à pensão para dependentes (salário integral do policial); auxílio funeral; (valor equivalente a 3 salários mínimos); assistência social, psicológica e jurídica; Acesso dos filhos menores para ingresso no Colégio da Polícia Militar; e, caso a família não possua casa própria, encaminhamento para a Conder. Com relação ao seguro de R$ 30 mil, o Ccomando da Polícia Militar confirma que dependentes receberão após ser feita a devida apuração para constar se o policial militar foi morto pela condição de policial. Se for provador que sim, os dependentes receberão o seguro. Caso não, a família só receberá os benefícios gerais, sem os R$ 30 mil.
O piso salarial bruto, sem os descontos de um soldado da PM é de R$ 1.549,78 e de sargento é de 1.710,82. Conforme Prisco, esse valor é muito baixo para o risco da profissão. Por este motivo, para complementar a renda, muitos policiais militares recorrem para empregos alternativos como o de segurança. “Esse é o caso do policial Romilton Nunes, morto na última terça-feira. Para sustentar a família, ele fazia bicos e segurança em lojas na Vasco da Gama. Tudo isso poderia ter sido evitado se tivéssemos um salário decente”, disse. Um outro soldado da Polícia Militar que não quis se identificar, declarou que também presta serviços alternativos como vigilante para aumentar a renda. “ Tenho três filhos e minha mulher não trabalha. Tenho que colocar comida em casa. Deveríamos ganhar bem para que o emprego de policial deveria ser exclusivo.”, disse.
Mais de 400 pessoas acompanharam ontem o enterro do soldado da Rondesp Romiton Nunes,35, no cemitério do Campo Santo. Emocionados, policiais militares cantaram o hino oficial da tropa, “Força Invicta”, e logo após deram uma salva de tiros para homenagear o soldado assassinado. Depoimentos de amigos do policial foram unânimes. Todos disseram que ele era um profissional exemplar e não tinha envolvimento com o crime. “Ele tinha a profissão no coração. Trabalhava por prazer, não por obrigação.”, disse major Lemos.
No sepultamento, emoção, revolta e súplicas por justiça vindas tanto da família do soldado quanto dos colegas de trabalho. “Temos que fazer justiça. A melhor defesa é o ataque.”, disseram os policiais indignados. Durante o trajeto entre o velório e o sepultamento, policiais também cantavam o Hino Nacional.
Durante o enterro houve uma manifestação. Policiais militares reclamavam da ausência do governo, do secretário e do comandante. Dezenas de policiais se reuniram em torno do delegado Jacinto Alberto, titular da delegacia de Itinga, para indicá-lo ao posto de secretário.
“Tenho certeza de que com ele no poder as coisas seriam diferentes.”, disse o soldado Crispim. Para o diretor do sindicato de Soldados e Praças, Marcos Prisco, a segurança pública deve dar uma resposta para a morte dos PMs.
“Esse ano foram 34 policiais militares e civis mortos por bandidos. Nós não vamos nos render.”, concluiu.


Bandidos metralham viatura e ferem 2 civis


Uma denúncia de tráfico pesado na área do Pau Miúdo levou os policiais civis da delegacia da liberdade a montarem uma operação. No início da tarde, por volta das 13 horas, uma guarnição se deslocou até a área indicada. Nas proximidades do Colégio Candolina, área da Invasão do Brongo, os policiais civis foram recebidos a balas por três homens armados com pistolas calibre 380. O policial Antônio Bastos de Assis, de 52 anos, foi baleado no abdome, mas continuou na operação . “Foi solicitado apoio dos colegas e em minutos viaturas policiais civis e militares se uniram contra-atacando os marginais que também buscaram reforço, informou a delegada titular Rogéria Araújo.
Durante a troca de tiros, na Rua Dr. Esteves de Assis, outro policial civil, desta vez da Delegacia de Crimes Contra o Patrimônio, Aderbal Fernandes Cerqueira, de 49 anos, foi baleado na cabeça. “Os disparos atingiram o colega felizmente de raspão,” comemorou a delegada. Na ação Anildo Cerqueira dos Santos, 22 anos, foi morto e possivelmente o irmão, e também traficante Ademilson Teixeira dos Santos, 25 anos, conhecido como “Neném”, com mandado de prisão, expedido pela 10ª Vara Crime, por envolvimento em vários assaltos e tráfico na área do IAPI e Pau Miúdo, foi levado preso para a 2ª DP.
A delegada não confirmou a prisão de um feirante que seria traficante e parceiro de “Máscara” , conhecido apenas como “Gersinho”. Também a possibilidade de ser o traficante morto autor dos disparos que mataram um policial na semana passada não foi aventadas pela policial. “Estamos ouvido testemunhas e vitimas da quadrilha para embasar nosso inquérito, disse ela sem qualquer confirmação das hipóteses. O Hospital Geral do Estado se transformou num quartel no final da tarde. Os policiais chegaram com os colegas baleados e montaram plantão na unidade hospitalar.
A delegada adianta que a operação prossegue e não considera o atrevimento dos marginais como uma intimidação.(por Tatiana Ribeiro)


Três homens morrem em confronto com a polícia em Dias D´Ávila


Uma operação da Polícia Militar no município de Dias D’Ávila resultou na morte de três homens acusados de tráfico de drogas, na manhã de ontem. Desencadeada pela 36ª Companhia Independente Especial do Pólo Petroquímico, cerca de 18 policiais militares chegaram ao bairro Jenário para apurar denúncias de que na localidade estavam traficantes da Invasão Baixa da Soronha, em Salvador.De acordo com o delegado titular do município, Roberto Alves, os policiais foram recebidos a balas após chegarem na casa onde os bandidos estariam escondidos, na Avenida Áurea Seixas. Durante a troca de tiros, três bandidos, ainda não identificados pela polícia, foram baleados e morreram a caminho do Hospital Dilton Bispo de Santana. Um quarto acusado, Pedro Reis Santana, se entregou.
Com o bando foram apreendidos uma pistola 380, dois revólveres calibre 38 e 32, 15 munições, além de 66 pedras de crack, 41 trouxinhas de maconha e a quantia de R$ 880 reais referentes à venda dos entorpecentes. O delegado da cidade informou que moradores não ficaram feridos com a troca de tiros. “Ninguém saiu ferido. A operação foi bem arquitetada pelos tenentes Julio Lisboa e Fábio Santos”, informou. A Polícia Militar tem realizado operações similares nos bairros considerados perigosos e com intenso tráfico de drogas, em Dias D’Ávila. Na noite de terça-feira, eles receberam a denúncia de que quatro homens transitavam armados pelo bairro Jenário.
O denunciante informou ainda que eles eram traficantes da Invasão Baixa da Soronha, em Salvador, cujo gerenciador das bocas-de-fumo, Denis Dias Gomes, o Mantena, foi preso na tarde de terça-feira.
Segundo o delegado, os bandidos que trocaram tiros com a polícia já atuam na localidade há quatro meses, tentando dominar o tráfico na cidade.(por Hieros Vasconcelos)

Por Tatiana Ribeiro
Tribuna da Bahia


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