segunda-feira, 21 de setembro de 2009

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Um comentário:

  1. Loucos à solta, sadios em risco
    Ademir Oliveira Rosário só passou a ser chamado de “monstro da Cantareira” aos 36 anos, após violentar e assassinar com requintes de absurda crueldade os irmãos Francisco, de 14 anos, e Josenildo Ferreira de Oliveira, de 13, por ter recebido perdão e complacência por seus crimes desde muito cedo. Aos 19 anos, foi detido por 2 meses e liberado depois de ter sido condenado a 1 ano e 9 meses de reclusão, em regime aberto. Cometeu o primeiro assassinato há 16 anos e, por causa dele, foi conduzido à Casa de Custódia e Tratamento de Taubaté, da qual foi solto antes de ser julgado. Livre como qualquer cidadão de bem, praticou um roubo e abusou sexualmente da vítima em 1998. Condenado a 7 anos pelo homicídio anterior em 1999, quatro meses depois recebeu pena de 11 anos de prisão pelo roubo seguido de atentado ao pudor. Somadas, suas penas ultrapassavam 19 anos. Se cumpridas, ele voltaria às ruas em março de 2018. Mas, seguindo as benevolentes decisões tomadas pelos legisladores com base nos preceitos do apreço politicamente correto por assassinos como ele, tidos como vítimas da sociedade, e não agressores das verdadeiras vítimas, Rosário teve a pena convertida em medida de segurança, por ser portador “de alguma doença mental”. O incrível dessa mentalidade hipócrita e negligente é ter a doença mental dele o levado a explicar, candidamente, que matou os meninos por se sentir ameaçado por bichos cuja presença não foi percebida por estes, mentalmente sãos.
    Um grupo de consultores, tidos como “especialistas” - psicólogos, clínicos, assistentes sociais e enfermeiros -, ao qual coube determinar se ele representava algum perigo para a sociedade, atestou que não, que não oferecia perigo nenhum. Um laudo assinado por eles lhe abriu as portas do hospital de custódia, onde fazia tratamento médico, para visitar a família. Chegava a não voltar ao lugar por 20 dias. Nessas saídas, aproveitava para matar, especialmente no fim de semana. Como definiu, com ironia, um policial, seu álibi era perfeito: “Estava preso.”
    Os dois meninos, cuja morte o facínora já confessou, e mais nove outras vítimas eventuais de sua fúria assassina, não importa se provocada por demência ou não, são vítimas de uma mentalidade absurda, que, sob o abrigo da defesa dos “direitos humanos”, acoberta criminosos como ele, em nome da preocupação hipócrita de “recuperá-los”. A ficha policial do “monstro da Cantareira” é pródiga em indícios de que ele é irrecuperável e, ao contrário do que afirmaram os signatários do laudo que o soltou, sempre representou terrível perigo para a sociedade ordeira, de cujo convívio ele já deveria ter sido afastado há muito tempo. Enquanto prevalecer essa mentalidade, que entrega as vítimas à própria sorte e justifica de forma “caridosa” seus carrascos, muitas vidas de cidadãos corretos e sadios correrão o risco permanente de ser eliminadas por loucos irrecuperáveis como ele.

    Editoriail do Jornal da Tarde de 01/10/07

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