terça-feira, 15 de setembro de 2009
Pedófilo Diogo Nogueira Moreira Lima mantinha histórico de seus atos.
O estudante do quarto ano de medicina da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Diogo Nogueira Moreira Lima, 22 anos, conhecia garotos de 7 a 15 anos, estabelecia laços de amizade e depois abusava sexualmente deles. Isso durante pelo menos cinco anos. No último sábado, foi preso em flagrante na casa de praia da família, em Arembepe, para onde levava os meninos. Apresentado ontem na 26ª Circunscrição Policial (Delegacia de Abrantes), confessou o crime e alegou ser uma pessoa doente.
Em cinco anos, Diogo abusou de pelo menos 17 crianças (16 garotos e uma menina). Fotografou e relatou as relações. O material está todo arquivado em seu computador, apreendido pela polícia. São fotos impublicáveis. Os relatos e fotos arquivados eram utilizados, segundo Diogo, para fazê-lo "lembrar do que tinha feito, sentir culpa, e tentar reduzir a frequência dos atos".
A polícia investigava o caso há uma semana, quando um pai, desconfiado da relação entre Diogo e o filho, registrou denúncia na delegacia. Na manhã do último sábado, o estudante foi flagrado abusando sexualmente de três meninos (de 8, 9 e 11 anos). Na casa, em Arembepe, foram apreendidos DVDs de vídeos pornô, vibradores, camisinhas, objetos de fetiche sexual (como chicote e máscaras), lubrificantes e luvas.
Para se aproximar das crianças, Diogo contou que jogava bola, videogame e tomava banho de rio com os meninos. Também ensinava matemática para alguns deles.
O estudante revelou que a maioria das crianças é de Salvador e estava em Arembepe para veranear com suas famílias. Diogo viajava nos fins de semana para Arembepe e fazia uso da casa que sua família mantém na localidade para se aproveitar dessas crianças.
A delegada titular da 26ª DP, Jamila Cidade, disse que Diogo por enquanto responderá somente pelo flagrante com os três garotos, pelo qual pode cumprir de oito a 15 anos de prisão. “Durante o inquérito, vamos investigar todas as outras crianças”, afirmou, referindo-se às várias fotos e relatos encontrados no computador do estudante.
Terapia - Diogo Nogueira disse que seus atos iam "além de um sistema lógico". O estudante revelou que há dois anos e meio faz tratamento psiquiátrico para tentar controlar os impulsos que, segundo ele, o acompanham desde os 15 anos.
"Nem a psiquiatria explica, fazia tratamento para acabar com isso. Era para satisfazer uma necessidade, por mais bizarro que isso possa parecer para o resto das pessoas. Não fazia isso para colecionar, eu não conseguia fazer diferente", afirmou. Segundo Diogo, ele já teve relações sexuais com mulheres, mas nunca com homens.
Segundo a psiquiatra Solange Meiking, especialista em jovens, a pedofilia pode estar associada à infância, e pode resultar de uma “genética ambiental familiar frágil”. Ela ressaltou a importância da orientação dos pais na vida sexual dos filhos. “Quando ele abusa, ele tem atrativos de sociabilidade faltando”.
Diogo é filho de pais separados e morava com a mãe, no Imbuí. O pai é médico e a mãe enfermeira. Estudante exemplar, foi aluno do Colégio Militar e terceiro colocado no vestibular de medicina. A família descobriu o seu problema há cerca de um ano e meio.
Na Ufba, os colegas ficaram surpresos. “Diante desse fato, a gente não conhecia o cara. Eu diria que ele não faria mal a ninguém”, afirmou um estudante sem se identificar.
Fonte:George Brito, do A TARDE
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