Luanda – Assinala-se hoje, 10 de Outubro, o Dia Mundial da Saúde Mental, com o propósito sensibilizar os governos a darem uma importância relevante a esta problemática, que assola o Mundo.
O dia, instituído pela Organização Mundial da Saúde (OMS), é encarado como “prioridade global”, apesar da complexidade existente na definição do conceito Saúde Mental.
“Os problemas de saúde mental constituem actualmente a principal causa de incapacidade e uma das mais importantes causas de morbilidade nas sociedades”, segundo um relatório da OMS, por ocasião da data.
Para a organização internacional, este e outros factores fazem com que a Saúde Mental seja uma prioridade da política de saúde dos governos.
Pelas razões a seguir explicitadas, é possível perceber que tem sido longo o caminho na área da Psiquiatria e Saúde Mental na procura de mudanças.
Em 2001, a OMS publicou um relatório – Relatório Mundial da Saúde «Saúde Mental: nova concepção, nova esperança», que chamava a atenção do mundo para os problemas de saúde nesta área.
O documento, propõe dez recomendações, que são: proporcionar tratamento em cuidados primários; disponibilizar medicamentos psicotrópicos; proporcionar cuidados na comunidade; educar o público; envolver as comunidades, as famílias e os utentes; estabelecer políticas, programas e legislação nacionais; preparar recursos humanos; estabelecer vínculos com outros sectores; monitorizar a saúde mental na comunidade; e, apoiar mais a pesquisa.
Este Relatório incentiva o mundo a desenvolver, não só estudos aprofundados, como também investigação, reflexão, discussão, implementação de políticas, criação de medidas e serviços, articulações e parcerias.
As patologias mais frequentes no mundo são: esquizofrenias (21,2%), depressões (14,9%), oligofrenias (13,3%), alterações associadas ao consumo do álcool (8,8%), neuroses (8,6%), outras (33,2%).
De acordo com a OMS, a crise financeira que atinge os mercados e o cidadão comum, devido o seu impacto em emprego e consumo de álcool, entre outros factores, terá repercussões na saúde mental das pessoas, aumentando os casos de estresse, depressão e desordens mentais.
O consumo excessivo de álcool causa a morte de dois milhões de pessoas por ano, e a cada 40 segundos uma pessoa se mata no mundo, o que representa um milhão de suicídios anuais.
A OMS sustenta que a solução para estas situações não é – como era feito antes – trancar o doente em uma instituição psiquiátrica, o que, além de não resolver a origem do mal, é caro e pode expor o paciente a abusos.
A conclusão apresentada é a de que o atendimento médico primário para tratar os transtornos mentais é, de longe, muito mais efectivo, humano e barato.
Contudo, o representante da OMS em Angola, Diosdado Nsue Milang, elogiou recentemente, em Luanda, o governo angolano, pelo empenho demonstrado no combate à doença mental.
Diosdado Nsue Milang justificou o seu elogio pelas políticas governamentais direccionadas neste capítulo e os resultados que têm sido alcançados.
Disse que a OMS e a Federação Mundial da Saúde Mental consideram ter chegado o momento dos governos e os sistemas de saúde prestarem maior atenção à prevenção e ao tratamento das doenças mentais, no quadro da estratégia integrada de prestação de cuidados primários de saúde e de um maior envolvimento comunitário na oferta destes serviços.
“Esta abordagem leva-nos a conceder uma maior importância a prestação de cuidados primários de saúde, com maior foco na prevenção dos factores de risco das doenças mentais e na formação do bem-estar geral da população”, frisou Diosdado Milang.
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