domingo, 9 de setembro de 2012

Saúde Pública e Segurança no Espírito Santo do Pinhal / SP

Saúde pública no Espírito Santo do Pinhal (SP) merece reflexão e atenção. E que se diga logo aqui: o fato aconteceu comigo mesma. Portanto, não se tratará de qualquer ilusão ou de dúvidas em relação a depoimentos de terceiros. Ao visitar este ano a cidade de Espírito Santo do Pinhal (São Paulo) passei por momentos extremamente difíceis. Sofri uma agressão psicológica grave de uma pessoa que também era visitante da cidade. A agressão foi tão forte que sofri um ataque cardíaco. Fui levada para o hospital da cidade acompanhada por uma generosa pinhalense e por minha filha.Existiu também omissão de socorro por parte da pessoa agressora. Estava desmaiada quando fui conduzida. Ao chegar no Hospital não apareceu um profissional qualquer para verificar meus sinais vitais, saber o que estava acontecendo. Ou seja, ninguém que soubesse a diferença entre emergência e urgência. Fiquei na sala de espera por muito tempo até que uma auxiliar ou técnica de enfermagem tirasse a minha pressão arterial e considerasse que eu poderia esperar. Daí em diante foram mais algumas horas de angústia e de ansiedade, pois embora em território brasileiro, tratava-se de cidade estranha para mim. Naquelas horas fiquei sob os cuidados da minha filha que tratava o tempo todo de me reanimar, de me levar ao banheiro. A minha entrada para atendimento foi ouvindo gritos dos funcionários que estavam naquele plantão. Minha filha entrou comigo e enfim eis que surge um médico. Como eu sabia que não estava bem, tratei de informar que era de fora, que era jornalista, que havia sofrido uma agressão pessoal, estava hospedada na casa de pinhalenses e que morava em Brasília . E o detalhe foi que havia ido até lá para fazer uma consulta com um cardiologista da cidade, bastante recomendado em São Paulo (capital). Uma vez que fiz estas colocações ao médico plantonista, foi feita a minha avaliação clínica e solicitado o meu imediato internamento. Fiquei primeiro na emergência até quase meia noite, tentando controlar pressão arterial e batimentos cardíacos. Após a verificação de uma taxa de açúcar próxima a 400, fui levada para um quarto coletivo. Neste período seria dever do médico comunicar o fato a polícia local para que a pessoa que me agrediu verbal e psicologicamente, sendo portanto absolutamente responsável pelo agravamento da minha saúde, fosse presa, interrogada, ou minimamente falando fosse possível abrir um processo crime. Aliás, existiam policiais no hospital. Havia um garoto que tinha engolido droga para fugir do flagrante e o único médico plantonista estava tentando salvá-lo. Enquanto isto, emergência cheia. Mas o médico não tomou qualquer atitude nesse sentido, talvez porque estivesse preocupado com a reputação dos amigos que me hospedavam ou talvez por julgar que se tratava de desentendimento passageiro. Este aliás foi o principal erro. Como eu nunca estive na cidade e sei perfeitamente dos meus direitos constitucionais, não gostei nada da atitude. Mas o que fazer? Distante da minha casa em Brasília, distante da minha terra, estava mesmo era necessitando de assistência hospitalar. E aceitei os fatos. Tudo havia começado antes das 12 h e somente após as 23 h estava recebendo algum atendimento concreto. Os dias que se sucederam eu fiquei em quarto coletivo com mais 3 leitos. Por ali passaram pacientes com doenças terminais, pacientes com pneumonia e com distúrbio mental grave. Me lembro de uma senhora que ao ter uma alucinação noturna, levantou-se com soro e tudo e quase cai em cima de mim achando que era uma conhecida sua. Isto no escuro!!! Também lembro da invasão na madrugada por um homem que entrou em discussão com a irmã que hospitalizou a mãe sem avisá-lo. Honestamente este foi um dos piores momentos. Fui para a sala de visitas e lá fiquei até que ele saísse. Tive momentos de desespero pessoal pois vi que o hospital também carece de segurança. Quando passei a receber insistentes ligações da pessoa que havia me agredido, chamei o pessoal da enfermagem e disse que a pessoa poderia invadir o hospital e que então eu gostaria que chamassem a polícia local ou a de São Paulo. Eu já estava em condições de falar, embora tomando insulinas a todo momento e com todo tipo de alterações cardíacas. Mas quando vi que o hospital era inseguro resolvi contar tudo e consegui pelo menos receber o apoio da equipe de plantão. No que se refere aos equipamentos, até mesmo o aparelho para eletrocardiograma no leito do paciente estava com defeito. A paciente no caso era eu. Não existe UTI no hospital e os pacientes ficam em quartos onde se colocam os equipamentos disponíveis. Vi um esforço enorme por parte dos profissionais para tentar salvar pessoas. A central de regulação demora horas/dias para tentar uma vaga em cidades próximas. Falta pessoal para atender. São poucas auxiliares de enfermagem e poucos médicos. O banheiro coletivo não tem barras para apoio que acredito serem obrigatórias. Resultado: é paciente ajudando paciente. Enfim, quero com este depoimento ajudar o município do Espírito Santo do Pinhal. E ao mesmo tempo esclarecer que quando alguém diz que foi agredida que é preciso levar a polícia ao caso, que é preciso registrar a ocorrência no ato.Não se pode minimizar uma mulher. Ao deixar pra lá uma situação como esta, a minha vida correu vários perigos inclusive de ser visitada no hospital pela agressora da forma mais fácil que possa existir. No entanto, a pessoa continua vivendo livre, leve e solta por aí, com certeza para fazer novas vitimas. Estão curiosos para saber o motivo da agressão? Claro que estão! O motivo foi o ciúme incontido, desvairado e doente por um certo senhor que denominarei aqui de “Cobiçado do Pinhal”. Portanto, a agressão foi de uma mulher ciumenta que manifestou ódio pelo fato de que eu estaria recebendo a atenção deste senhor. No entanto, hoje sei que aquela senhora que também visitava Pinhal deveria mesmo ser investigada pela polícia. Que então se procure saber do Cobiçado do Pinhal os antecedentes dela. Quero agradecer aos amigos que me hospedaram em sua casa após a minha saída do Hospital e que apoiaram a mim e a minha filha. A eles minha eterna gratidão. Vera Mattos Jornalista 09 de setembro de 2012.

3 comentários:

  1. Segundo o IBGE, Espírito Santo do Pinhal tem 41 907 habitantes.

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  2. Agradeço imensamente a Afonso Jácomo e a suas irmãs e filhas. Afonso demonstrou imensa dignidade e profundo respeito aos direitos humanos.

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  3. Carinhosamente, apelidei de cobiçado do Pinhal.

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