quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Comissão da Verdade: Ruy Mesquita ditava regras políticas no JT, diz Mino Carta.

O jornalista Mino Carta falou sobre a censura no período da ditadura militar em depoimento à Comissão da Verdade do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP).
0-0-0-0mino Mino Carta concedeu depoimento à comissão em setembro (Imagem: Reprodução/SJSP)Responsável pela criação de revistas como Veja e Quatro Rodas, o jornalista falou sobre que sofreu o período que passou no Grupo Estado, antes da decretação do Ato Institucional 5, que estabeleceu censura prévia à imprensa, ao cinema e ao teatro, entre outros.  "Muito embora, no JT, eles me dessem liberdade de fazer um jornal diferente do Estado, do ponto de vista político, ele foi monitorado constantemente pelo Ruy Mesquita, que ditava as regras políticas", disse Carta.  A reportagem tentou falar com o Grupo Estado sobre o assunto, mas ainda não teve retorno.

O jornalista, que atulamente dirige a Carta Capital, também comentou a presença de censores nas redações. "Não sei de que misteriosíssima caverna chegava pelo telefone uma voz que dizia: não falem disso, não falem daquilo. [...] A certa altura surgiu em cena um senhor chamado Liz Monteiro, que era homem da polícia. Sentava no meio da redação e ficava olhando a rapaziada trabalhar".
Ao longo do depoimento, Mino Carta revelou que a prática criou situações curiosas. "Era grotesco. Descobri que havia uma guerrilha no Araguaia por que eles diziam 'não falem da Guerrilha do Araguaia'".
 
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