sexta-feira, 30 de novembro de 2007

CAMPANHA PELA LEI MARIA DA PENHA.



Em 12/11/2007 por Jandira Feghali

A violência contra a mulher desconhece barreiras de classe, instrução ou geográficas. Seus índices revelam a impotência das instituições em coibi-la e mesmo a incapacidade de se prover uma consciência coletiva que gere um ambiente propício à denúncia e seu prosseguimento processual. Numa sociedade de suposta igualdade de gênero as mulheres ainda enfrentam preconceitos, muitas vezes de seus próprios familiares e optam pelo silêncio.

Das que conseguem, inicialmente, ultrapassar esta barreira, grande parte não encontra respaldo para levar o processo até as últimas conseqüências. O reconhecimento do crime de violência contra a mulher é recente historicamente, reconhecido como fato social, pois como “objeto de posse”, qualquer ato de violência contra ela seria considerado natural.

A atuação do movimento feminista, desde o slogan “quem ama não mata”, provocou nova dimensão à dramática realidade. Se hoje, a participação nas decisões cotidianas e o desafio de terem o destino em suas próprias mãos são direitos universais, devemos lembrar que nem sempre foi assim.

A Lei Maria da Penha, escrita a tantas mãos exige seu cumprimento também, por muitas mãos. A sociedade brasileira, por meio das instituições, educadores, meios de comunicação, alterações de comportamento das famílias e principalmente dos homens, que figuram predominantemente como os agressores e das mulheres, que precisam deixar de figurar como vítimas, muito menos vítimas passivas.

Participe desta real possibilidade de conquistar um mundo sem violência e sem impunidade.

* Jandira Feghali – Relatora da Lei Maria da Penha e Secretária de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia de Niterói.

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