quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Laerte Braga escreve:"OS BANDIDOS ESTÃO VENCENDO – PARTE II"

OS BANDIDOS ESTÃO VENCENDO – II
Laerte Braga


(AS MESAS DE SINUCA)



(Aux armes, citoyens !

Formez vos bataillons !

Marchons, marchons !

Qu'un sang impur...

Abreuve nos sillons !)



Laerte Braga



O DESAFIO DE SER INUCA





O que é mais imoral ? A cretinice da mídia brasileira ou a modelo que desfilou com um « tapa sexo » de quatro centímetros ? E o BBB-8 o que é ? Ovos podres atirados sobre « vagabundas » a critério de Boninho ? Quantos ovos por exemplo na moça que desafiou a « moral e os bons costumes » na avenida ?



Já viu gado ser marcado ? Aquele negócio de ferro quente, em brasa, atestando a propriedade do dono ?



A grande ARENA não é só um antigo partido político dos ditadores e seus servos. Tem caminhos diferentes hoje para você decidir com o polegar sobre viver ou morrer e ninguém morre, pelo menos dentre eles. Cobra cachê.



Você tem idéia do que Fafá de Belém falou sobre sua sósia sem calcinha na avenida e no camarote presidencial?



« A diferença é que eu recebo cachê, ela michê ». Houve indignação na Vila Mimosa.

Um País vendido a preço de banana em nome do « progresso ». Que progresso ? O da DASLU ?



Francisco Medeiros Silva, funcionário do Ministério das Comunicações, controlado pelo global Hélio Costa, gastou mil e quatrocentos reais na reforma de mesa de sinuca, lógico, via cartão corporativo. Não sei se Pastinha vai querer um (cartão) ou buscar alguma merreca para reformar as suas mesas.



« Quantos banguelas você quer ? » Pergunta (nunca é demais lembrar) que Paulo Stak, presidente da FIESP (Federação das Indústrias de São Paulo) fez a Artur Virgílio, senador de bravatas e três por cento, ao ouvir a reclamação do tucano que o abaixo assinado contra a CPMF havia sido entregue com « muitos engravatados ».

O segurança de FHC, ano passado, abasteceu o mesmo carro quatro vezes no mesmo posto de gasolina, no mesmo dia com um cartão corporativo do governo federal.



Quem paga e sustenta a FOLHA DE SÃO PAULO ? Ou a GLOBO ? Ou VEJA?



Início da campanha eleitoral de 2002 e a GLOBO tem uma conta para pagar de 250 milhões de dólares a credores da GLOBOPAR. FHC faz corpo mole, José Serra então candidato presidencial quer negociar e a rede inventa Roseana Sarney. O IBOPE se encarrega do resto. A moça vai aos píncaros nas pesquisas.



Uma assembléia geral da GLOBOPAR (90% da GLOBO, 5% do BNDES e 5% da MICROSOFT) eleva o capital a uma justa subscrição pelos acionistas interessados em manter o mesmo percentual na sociedade de 250 milhões de dólares.



Bil Gates cai fora. A GLOBO acerta a aprovação do projeto de reforma constitucional que permite a entrada de capital estrangeiro nas emissoras e redes de tevê e rádio. O BNDES subscreve sua « parte » no negócio.



Sábado, William Bonner faz gargarejos especiais, ensaboa o chip, põe óleo de ricino para Roseana Sarney e o marido da dita é preso em « operação secreta » com um milhão em doações para a campanha da moça, tudo irregular. Transmissão exclusiva.



Está fechado o apoio da rede a Serra.



E a GLOBO vendeu a GLOBOPAR, parte, para Murdoch, um dos donos da comunicação no mundo.



O que isso tem a ver com ser humano ?



Tem a ver com ser gente e enxergar o processo de alienação que nos é imposto goela abaixo todos os dias não em cartões corporativos, mas em interesses corporativos do golpismo da mídia, ponta de lança de bancos, grandes grupos econômicos, do latifúndio, dos carros FOX que decepam dedos (a Volks vai espirrar montes de anúncios, é só ficar atento).



Justifica uma bandalheira, um erro, um gasto ilegal ? De forma alguma.



Exige-se imparcialidade.



O « tapa sexo » da modelo é só um detalhe sem relevância, não muda a verdadeira imoralidade dos porões dos donos. Punir a escola de samba é o prurido moralista da hipocrisia que sai de dentro das pastas imundas e escravagistas dessa gente.



Gente ? Dá uma olhada.

São mulheres presas em prisões imundas das ditaduras militares (na verdade ditaduras econômicas, militares foram apenas laranjas) espalhadas pelos cantos da América do Sul e tratadas como se terroristas fossem. Milhares de mortos nos porões da ordem, da liberdade, da justiça, tudo numa só palavra – terror.



O terror real, o dos donos.



O que chamam de democracia é um acidente de percurso no contexto atual do processo. Esgotou-se, temporariamente, a necessidade de quarteladas. Foi substituída pela « verdade absoluta » da mídia. Descobriram a forma exata de transformar o ser em objeto e instrumento. Inoculam o vírus e vendem a panacéia da medicação inócua.



O medo vem em forma de mesa repleta de guloseimas, todas calóricas e na esquina, logo depois que você dobrar a rua, a farmácia e os emagrecedores.



Se prestar atenção tem um letreiro imenso anunciando uma academia que modela os corpos e vende o perfume da atração de tudo em cima.



Fique de olho no seu candidato, exerça sua « cidadania ».



Há um golpe em marcha e não querem que você perceba a realidade.



Esse é o desafio de ser.



Está na telinha, está ao seu lado e transcende à questão dos cartões corporativos de um e de outro, o PIG (Partido da Imprensa Golpista), diz respeito a ser ou não ser.



Modelo DASLU.



Se saíssem às ruas com as caras reais que escondem na irrealidade da mídia, sairiam vestidos de sonegadores, de senhores de escravos, barões de terras, não dirigiriam FOX, mas reluzentes MERCEDES importadas ou FERRARIS sem a « quinta via » como se costumava dizer.



Tem a hora da paz, desejada, sonhada.



Tem a hora da guerra. Inevitável. Nos empurram para ela.



Não importa quantos soldados se tornem suicidas depois. Importam os poços de petróleo.



E importa que a mídia faça com que você não pense, nem seja gente. Só olhe para a frente sem perceber que está indo para trás.



Matam o amor, qualquer forma, num « tapa sexo » para a defesa dos valores éticos, enquanto tramam os efeitos especiais.



A ética da mentira. Das sedes suntuosas e dos joelhos postos sobre o veludo da piedade.



Lembra-me a história de um pedinte que rezava numa Igreja e pedia um prato de comida. Ao seu lado um banqueiro em apuros. Preocupado com a concorrência na oração, o banqueiro perguntou ao pedinte : « qual o seu problema ? » « Um prato de comida », respondeu-lhe o dito. « Tome aqui dinheiro para dez pratos de comida e vá embora, o meu problema é mais grave, deixe a santa ocupar-se dele, não amole-a com essas besteiras ».



Outro detalhe. Banqueiro em apuros só em piada mesmo.

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