terça-feira, 18 de março de 2008

CORPOS CRIVADOS DE BALAS. UM ESPETÁCULO GROTESCO.

Corpos crivados de balas. Um espetáculo grotesco
Os jovens Luciano da Costa Santos, de 22 anos e Rafael de Jesus Ferreira, 18 foram alvejados com tiros na cabeça, peito e costas, no começo da manhã de ontem, quando se encontravam numa invasão localizada na Rua Ivete Vargas, em Campinas de Pirajá. Os corpos na rua apresentando várias perfurações chamavam atenção das pessoas que saíam de suas casas e se aglomeravam em volta dos mortos. Demonstrando que as mortes violentas viraram espetáculo nos bairros periféricos, dezenas de pessoas se espremiam para assistir ao levantamento cadavérico. A remoção dos corpos virou a grande atração do domingo para os moradores do local, mas ninguém quis dar qualquer informação. Uma mulher que olhava concentrada parecendo até que estava rezando, disse que não conhecia as vítimas e que não sabia de nada. Com medo, ela admitiu que mora no bairro há muitos anos e revelou que cenas como aquela se tornaram rotineiras. Os agentes civis da delegacia de Homicídio (DH) situada no Complexo dos Barris estiveram no local, após o levantamento cadavérico constataram que Rafael foi executado com sete tiros na cabeça e peito, enquanto Luciano apresentava tiros na cabeça. Conforme os políciais um possível envolvimento com drogas pode ter sido a causa das execuções. Também eles não descartam o envolvimento de grupos de extermínio como os autores, temendo retaliações, os moradores se limitaram em passar informações para a polícia e dizer se as vítimas residiam no bairro. O crime está sendo investigado pela DH e pelos agentes de Combate a Crime de Grupos de Extermínio (Gerce). Também no bairro de Águas Claras, um rapaz que apareceu crivado de balas virou o centro das atenções para os moradores da Estrada do Matadouro, ao lado da loja Tope Móveis. Durante a madrugada de ontem, um tiroteio entre traficantes do bairro resultou na morte de Luís Carlos Santos Silva, de 29 anos. Executado com vários tiros, o corpo do rapaz estava caído no cruzamento da Avenida Januário. Muitas pessoas que se aglomeravam em volta do morto, disseram desconhecer os motivos que resultou na morte. Um morador que não quis se identificar, revelou ter ouvido muitos tiros e pedido de socorro durante a madrugada. “Aqui durante a noite, acontece tiroteio direto, não podemos fazer nada, a não ser esperar que o dia amanheça. Somente pela manhã, abri a janela ainda com medo e lá estava o rapaz morto”. As paredes e muros da rua estavam sujos de sangue, e parecia que o rapaz foi arrastado ainda vivo e tentou se apoiar nas paredes. Ao lado do corpo de Luís estava a carteira com os pertences e documentos espalhados pelo o chão. Os comentários no local era de que a vítima tinha envolvimento com drogas, mas nada ficou comprovado. Os populares presentes não souberam dizer se o rapaz era morador do bairro. Os políciais de delegacia de Homicídio presidiram o levantamento cadavérico e investigam o crime, mas até o momento não tinham pista dos possíveis autores. (Por Silvana Blesa/Tribuna da Bahia)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Você é livre para oferecer a sua opinião.