terça-feira, 18 de março de 2008

A execução sumária do ambientalista Nativo ainda sem solução.

Caso Nativo continua sem solução
“A morte do ambientalista Antônio Conceição Reis, de 44 anos, é uma exemplo recente da incapacidade do organismo policial para esclarecer os casos complicados. Oito meses se passaram e a polícia ainda não conseguiu esclarecer o crime. Familiares da vítima dizem que o último contato feito pela polícia com eles não foi para dar notícias. Ao contrário. “Policiais estiveram aqui, e queriam saber se sós tínhamos novidades sobre o caso”, revelou Alfredo Conceição Reis, irmão do ambientalista assassinado. Sem solução, o inquérito inicialmente instaurado na 12ª Delegacia, em Itapuã, foi transferido para o Grupo Especial de Repressão a Crimes de Extermino, Gerce, unidade que apura os casos com as características da morte do ambientalista. A coordenadora do Gerce, Andréa Cardoso, alega dificuldades para chegar aos autores do homicídio. Garante que a situação é complicada, e responsabiliza, em parte, a população que não colaborou. “Faltam testemunhas, os homens estavam encapuzados e temos várias linhas de investigação, já que a vítima foi uma pessoa que incomodou muitas pessoas”, justifica. O incômodo a que se refere a delegada era a atuação destacada de Antonio Conceição em defesa do meio ambiente e da população do Abaeté, além de ter denunciado um grupo de policiais por prática de violência. Com as malas prontas para deixar a coordenação do Gerce e aportar na presidência da Associação dos Delegados da Bahia, a coordenadora assegura que sua equipe não foi intimidada nas investigações. “Caso haja a participação de policiais, como dizem, e se chegarmos a esta conclusão, eles serão presos”, dispara. Sem informar quem a substituirá no Gerce, Andréa Cardos garante que as investigações não serão paralisadas. Antonio Conceição era presidente da Associação Ecológica Nativos de Itapuã e brigava pela preservação da lagoa do Abaeté. Há 20 anos militava na defesa do meio ambiente. Meses antes de sua morte, sua residência foi invadida também por pessoas encapuzadas, dizendo-se policiais, que reviraram a casa, apontaram arma para a cabeça de sua filha deficiente, de 17 anos, e deixaram o local. Por volta das 16 horas do dia 9 de julho do ano passado, o corpo do ambientalista foi encontrado num veículo cor prata modelo Eco Sport, na estrada da Sucupira, em Vila de Abrantes. Nove horas antes, ele tinha sido rendido nas proximidades de sua residência na Rua Guararapes, em Itapuã, por quatro homens encapuzados, que o balearam e colocaram no porta-malas de uma pick-up também prata e de dados ignorados. “Há três meses não temos qualquer notícia do caso. Da última vez que fizemos contato com o Grupo de Repressão, saímos chateados, porque não houve evolução. Todos os meses, no dia 9, estamos fazendo mobilização para chamar atenção da população e autoridades, mas vemos que nada está adiantando”, desafaba Alfredo Conceição, irmão da vítima.

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