domingo, 6 de julho de 2008

Mulheres discutem plataforma suprapartidária e estabelecem estratégias para eleições 2008



 

 
Mulheres discutem plataforma suprapartidária e estabelecem estratégias para eleições 2008
04/07/2008 -

Coordenadoras de instâncias de mulheres dos partidos políticos apontam estratégicas para empoderamento das mulheres candidatas. Na próxima semana, CNDM deve deliberar sobre a plataforma "Mais Mulheres no Poder, Eu assumo este compromisso!"

A participação das mulheres na política e nos espaços de poder e decisão está sendo impulsionada pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM) através do Fórum Nacional de Instâncias de Mulheres dos Partidos Políticos. Ontem (3/7) coordenadoras dessas instâncias junto às executivas nacionais trocaram informações sobre as convenções partidárias, apontaram um panorama sobre as candidaturas femininas para o próximo pleito, os temas de interesse das mulheres na agenda política nacional e as ações conjuntas para dar mais visibilidade ao aumento das mulheres candidatas e eleitas.

"Essa iniciativa impulsionada pela SPM é de extrema importância, pois essa luta perpassa todos os partidos. Esse é um tema discutido nas duas conferências de mulheres e que impacta positivamente nas candidaturas masculinas e femininas", apontou Mari Machado, dirigente nacional e membro da Secretaria Nacional de Mulheres do PSB. Segundo ela, o partido tem investido na formação política das mulheres, já superou a margem de 20% de candidatas, mas está na margem de 7 a 12% de eleitas.

Para Maria Elvira Salles Ferreira, presidenta da Executiva Nacional do PMDB Mulher, as candidaturas femininas precisam de um tratamento afirmativo, com destinação de recursos e tempo de exposição na mídia. Além do incentivo do ingresso das mulheres na política partidária, o PMDB Mulher tem desenvolvido uma ação intensa com os parlamentares para garantir a defesa dos interesses das mulheres. "Cada uma de nós, no seu partido, deve fazer uma ação nas suas diferentes instâncias. Se não tivermos ações, esse assunto não vai mudar", citou ao exemplificar a atuação das peemedebistas na questão do aborto. Com relação à próxima eleição, somente pelo Rio Grande do Sul cerca de 600 mulheres vão concorrer às Câmaras de Vereadores pelo partido.

Sonho de transformar a política
Coordenadora Nacional de Mulheres do Partido (PPS), Tereza Vitale, disse que a preparação das mulheres que querem concorrer a cargos eletivos é a principal meta das instâncias de mulheres. "Temos nos preocupado com a qualificação das mulheres e a sua formação política. A gente quer que elas tenham condições reais de serem candidatas, permaneçam no partido e construam um projeto pessoal de acordo com o projeto político do partido. Viajando pelo país, vemos jovens e senhoras com ânimo e sonho de transformarem a política através do mandato", comentou Tereza Vitale. Para estimular a defesa dos interesses das mulheres pelos parlamentares eleitos pelo PPS, a Coordenação de Mulheres explicita seu apoio às candidaturas e mandatos com o carimbo "Amigo das Mulheres".



Assim como todas as porta-vozes dos partidos presentes à reunião, a secretária-executiva dos Democratas Mulher, Madalena Cleófas, também considerou como dificuldade real o preenchimento de cotas femininas e a desistência de candidatas pela insuficiência de recursos para uso na campanha eleitoral. Odete de Jesus, presidenta do PRB Mulher, destacou que a sigla vem ampliando o número de candidatos à vereança, mas as mulheres ainda não atingiram os 30% previstos na reserva de vagas.

Qualificação de quadros, desafio de tod@s
À frente da Ação, Mulher Trabalhista, Maria de Fátima Kobielski, explicitou a preocupação com a formação política de mulheres jovens. "Nós queremos candidatas. Não é possível mais colocar o nome em lista só para agradar a direção do partido", disse ao mencionar a estratégia de acompanhamento dos mandatos masculinos e o posicionamento deles quanto à agenda feminista.

Pelo PCdoB, Liege Rocha, comentou a atenção do partido com os novos quadros e a inserção de módulo sobre gênero nos cursos de formação. Ela também falou sobre a existência do Fórum Permanente de Mulheres do PCdoB, cujas ações são retratadas nas diferentes mídias o partido. De forma unânime, as mulheres dirigentes de partidos fizeram referência aos ganhos já perceptíveis pela formação de quadros através das fundações, cujos recursos são destinados pelos fundos partidários.

Apesar de a inserção das mulheres nos espaços de poder e decisão ainda não estar no patamar desejado, a SPM avalia que a trajetória de reivindicação e luta política das mulheres já rendeu bons resultados. "Se pensarmos que há 20 anos a Constituição Federa foi promulgada, que o movimento de mulheres ganhou as ruas e que quase todos os partidos políticos têm alguma instância de mulheres, percebemos que avançamos. Precisamos avançar no sentido de fazer política com cara de mulher, com cor e sexo", analisou a assessora parlamentar da SPM, Regina Adami, que participou da reunião juntamente com a diretora Elisabete Pereira e gerente de projetos Elisabete Saar, ambas da Subsecretaria de Articulação Institucional da SPM.

Próximos passos
Na quinta-feira (10/7), o documento "Mais Mulheres no Poder, Eu assumo este compromisso!" será apreciado pelo Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM), que  deverá assinar conjuntamente a plataforma com o Fórum Nacional de Instâncias de Mulheres dos Partidos Políticos.

A elaboração da Plataforma foi baseada no II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, resultado da mobilização de cerca de 200 mil mulheres, que participaram, em todo o País, das Conferências Municipais, Estaduais e Nacional.

Na semana passada, a ministra Nilcéa Freire, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM), reuniu-se com o presidente do TSE, Carlos Ayres Brito, para propor parceria de estímulo à participação feminina no processo eleitoral. Do encontro, o TSE encampou a proposta de realizar campanha nacional.

A idéia é fazer um trabalho de sensibilização em 2008 e estabelecer uma agenda propositiva para ampliar a participação das mulheres na política. Atualmente o Brasil ocupa, na 146ª posição, entre os 192 países avaliados pela União Parlamentar sobre a participação das mulheres no Parlamento.






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Sandra Muñoz -88919130/92336310
Comitê Politico da AMB/BA
Quem ama não mata, não agride, não maltrata.


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