sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Em São Paulo, policiais relembram ditadura militar.

Conflito entre policiais foi ato eleitoreiro





Policiais civis e militares entraram em confronto na Avenida Padre Lebret, nas proximidades do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. Dezenas de bombas de gás pimenta, lacrimogêneo e de efeito moral foram lançadas em direção aos policiais civis, que estão em greve há 31 dias, e pretendiam levar o protesto à porta do Palácio. O movimento foi liderado por militantes do PT. O governador José Serra interpretou o ato como uma ação política e eleitoreira, com o objetivo de beneficiar a candidata do PT, Marta Suplicy, que está em queda livre nas pesquisas, a um passo de experimentar uma fragorosa derrota Entre 500 e mil pessoas participaram da manifestação. A passeata percorreu cerca de 200 metros até a barreira da Tropa de Choque da PM. O conflito durou cerca de 30 minutos. Pelo menos 23 pessoas teriam sido feridas na manifestação, entre elas um policial que liderava a manifestação e um cinegrafista da TV Record. O policial teria levado um tiro na perna.
Dezenas de viaturas da Polícia Civil e até ônibus usados para transporte de soldados da PM foram usados para bloquear as ruas de acesso ao Palácio e impedir a aproximação dos grevistas. O helicóptero Águia da PM sobrevoam o Morumbi. Bombas de gás lacrimogêneo foram lançadas pela PM contra os manifestantes, que se dispersaram e não conseguiram se aproximar, apesar de algumas tentativas de furar o bloqueio.


Serra quer acordo, mas com fim da greve


Nenhum carro conseguiu passar diante do Palácio dos Bandeirantes. A Avenida Morumbi foi bloqueada pela Companhia de Engenharia de Tráfego, com bloqueios nas ruas Dom Paulo Pedrosa e Sargento Gilberto Marcondes Machado. Também o cruzamento com a Giovanni Gronchi está fechado, dificultando o trânsito em toda a região.
O diretor da Associação dos Delegados do estado de São Paulo, André Damer, disse que a intransigência do governo em negociar com os grevistas levou ao confronto.
O confronto entre a Polícia Militar e policiais civis em greve fez aumentar o número de ocorrências no Morumbi. Pelo menos três ocorrências policiais teriam sido registradas desde o início do conflito. Com a polícia ocupada no confronto, assaltantes teriam aproveitado para agir no bairro.
O momento mais tenso ocorreu por volta de 16h, quando a passeata chegou ao bloqueio de viaturas policiais. Ao mesmo tempo, teria chegado ao local um representante do governo do estado para tentar negociar com os líderes da greve.
Ontem, antes do confronto, o governador José Serra reiterou que enquanto houver greve não haverá acordo.
O governo do estado afirma que não vai negociar com os policiais enquanto a greve continuar e recusou a oferta da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP) para intermediar a negociação.
- Eu gostaria de ter um acordo, mas com greve isso não é viável - disse Serra.
Serra permaneceu em seu gabinete do Palácio durante o confronto. A assessoria de imprensa do Palácio dos Bandeirantes informou que o governador não se manifestará sobre o assunto por enquanto.
Os policiais reivindicam reajuste escalonado de 15% este ano, 12% em 2009, e 12% em 2010. Mas o secretário de Gestão Pública, Sidney Beraldo, só garante limite de 6,2%, o que causou indignação em toda a categoria.
Ontem, cerca de 1.500 policiais civis, muitos deles delegados de polícia, participaram de manifestação no centro de São Paulo, que foi em passeata até a Secretaria de Gestão. Não houve confronto. Nesta quinta, porém, um forte esquema de policiamento foi montado pela Secretaria de Segurança Pública.


Crime organizado fuzila diretor de prisão com mais de 60 tiros


O Ministro da Justiça, Tarso Genro, disse ontem que o assassinato do tenente-coronel José Roberto do Amaral Lourenço, diretor do presídio de segurança máxima Bangu 3 , foi ação do crime organizado. De acordo com a perícia, pelo menos 60 disparos de fuzil foram feitos contra o carro do diretor, executado por volta das 8h30 na Estrada de Gericinó, altura de Deodoro, num dos acessos da Avenida Brasil. Lourenço, de 41 anos, que era oficial da Polícia Militar, morreu no local.
“Foi uma ousadia dentro da barbárie. Atacar uma autoridade e matá-la mostra o grau de violência a que chegou o crime organizado no Rio de Janeiro. Esse tipo de crime é típico de quadrilhas organizadas e deve ser combatido pelas autoridades com os métodos que vêm sendo utilizados até agora: inteligência e ação policial - afirmou o ministro, que esteve no Palácio Guanabara para o lançamento do do Plano de Habitação para Profissionais de Segurança Pública do Pronasci (Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania). O corpo do diretor de Bangu 3, tenente-coronel José Roberto do Amaral Lourenço

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