sábado, 8 de novembro de 2008

Google entrega álbuns para a CPI da pedofilia.

Diretor da empresa no Brasil disse estar disposto a cooperar em todas as investigações que estão sendo realizadas

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(AE) - O Google Brasil entregou à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia, em Brasília, 18.330 álbuns do Orkut suspeitos de conter imagens de pornografia infantil. Os endereços eletrônicos, solicitados em 2 de julho, foram identificados com base em denúncias enviadas à ONG SaferNet. O presidente da CPI, senador Magno Malta (PR-ES), espera identificar até 8 mil pedófilos que atuam na maior rede virtual de relacionamentos do País, com 27 milhões de usuários. "O próximo passo será identificar os IPs (os computadores dos usuários) e quebrar o sigilo telefônico dos suspeitos."

Malta disse que os novos dados, em conjunto com a aprovação pela Câmara dos Deputados hoje de uma legislação mais rígida contra a pedofilia, permitirão fazer a maior operação policial já vista no País contra abusos infantis. "E não será uma ação qualquer, como ocorre hoje, só com buscas e apreensões. Qualquer proprietário de qualquer computador que distribuir ou guardar pedofilia poderá ser preso."
O diretor de Comunicação do Google Brasil, Félix Ximenes, disse que a empresa acatou uma ordem da comissão. "Entregamos o material porque a CPI tem poder de investigação e de polícia", afirmou ele, ao destacar que a companhia está disposta a colaborar. "Se for comprovada qualquer irregularidade, excluiremos os usuários." Entre os denunciados há perfis ativos e inativos.

Segundo Ximenes, a demora em levantar as informações se deu porque a equipe técnica da CPI solicitou mudanças nos formatos das imagens. O presidente da SaferNet, Thiago Tavares, confirmou a necessidade de alteração dos arquivos, que serão processados por uma ferramenta desenvolvida pela ONG e cedida à CPI. O software permite triagem semi-automatizada de material pornográfico infantil.

Para Tavares, no entanto, o Google poderia ter sido mais ágil. "A empresa disse que eram muitas páginas, muito conteúdo e tiveram dificuldades para adaptar o formato. Levaram quatro meses para cumprir uma ordem de quebra de sigilo. Era possível reunir esse material em 30 dias", afirmou Tavares. Em abril, já haviam sido entregues à comissão 3.261 álbuns, que permitiram a identificação de 500 pedófilos e renderam material para a deflagração, em setembro, da Operação Carrossel 2, a maior do gênero já feita pela Polícia Federal, que resultou em busca e apreensão de farta quantidade de pornografia infantil em 113 endereços no País.

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