SALVADOR - O homem que confessou ter matado a médica Rita de Cássia Tavares Martinez, 39 anos , após sequestrá-la junto com a filha de um ano e 8 meses em um shopping de Salvador foi encontrado morto na Delegacia de Homicídios. O corpo de Gilvan Cléucio de Assis, 35 anos, estava na cela do Complexo dos Barris, onde ele aguardava conclusão do inquérito, por volta de 23h de sexta.
Na manhã do mesmo dia, Assis havia participado da reconstituição do crime durante cinco horas. Depois de contar como abordou a médica no estacionamento do Shopping Iguatemi, ele foi levado pela polícia ao local onde a vítima foi espancada e morta.
O delegado chefe da Polícia Civil de Salvador, Joselito Bispo, afirmou que Assis estava na mesma cela de José Cardoso dos Santos, acusado de envolvimento no assassinato do ex-deputado Maurício Cotrim. O companheiro de cela afirmou não ter visto nada.
Segundo o delegado, Assis não almoçou nem jantou depois da reconstituição do crime. De acordo com os presos, ele teria passado boa parte do tempo lendo a Bíblia.
- Ele se matou com enforcamento com as roupas internas, as roupas do presídio, e um lençol, que amarrou em um comungol, uma área de ventilação - disse Bispo.
A polícia descarta assassinato. Segundo o delegado, a cela estava trancada e Cotrim não representava qualquer tipo de perigo para Assis.
- Não temos dúvida quanto ao suicídio - afirmou Bispo, acrescentando que, mesmo assim, será instaurado um inquérito policial para apurar as circunstâncias da morte.
Um irmão de Assis, que não quis ser identificado, afirmou que a família não descarta a possibilidade de suicídio. Ele disse ter estado com o irmão na quarta-feira passada e Assis estava com uma marca de corte no pulso direito.
- Mas também não questionei, não procurei saber de que maneira foi, porquê o pulso dele estava cortado. Aparentemente ele estava bem, mas como sempre, sempre de cabeça baixa, falou muito pouco comigo, falou para que a gente não deixasse ele lá, não desprezasse ele - disse, acrescentando que a polícia é que deve analisar o que realmente aconteceu.
A morte da pediatra
Mãe e filha foram sequestradas no dia 6 de agosto, quando deixavam o Shopping Iguatemi de Salvador, por volta de 11h. O carro da pediatra, que era paulista e morava há cerca de 10 anos na Bahia, foi localizado pela Polícia Rodoviária Federal abandonado na BR-324, em São Sebastião do Passé, sem combustível e com a filha dela dormindo no banco de trás. O corpo da médica foi localizado perto do município de Santo Amaro da Purificação.
Assis foi preso ao se reapresentar na Colônia Penal Lafayete Coutinho, onde já cumpria pena de 22 anos por roubos, estupro e atentado violento ao pudor. Ele estava em liberdade para passar o Dia dos Pais em casa, pois recebeu o benefício da saída temporária. No dia 11 de agosto ele confessou o crime, após ser apresentado como o principal suspeito.
Os laudos divulgados pela polícia no último dia 25 indicam que Rita de Cássia foi vítima de muita crueldade . De acordo com os peritos, Rita de Cássia morreu em decorrência de lesões graves no tórax e principalmente na cabeça depois de ter sido atropelada . Os peritos não têm dúvida de que o carro passou diversas vezes sobre o corpo da médica. As várias marcas de atropelamento, de acordo com a polícia, foram causadas por movimentos de ida e volta do carro por cima da vítima.
Rita de Cássia tinha ainda marcas de socos no rosto. As marcas no pescoço levaram os peritos a concluir que o assassino tentou estrangular a médica com o colar que ela usava.
O laudo do IML mostra que ela não chegou a ser estuprada pelo seqüestrador, mas houve a tentativa de violência sexual. Ela teria sido encontrada com o vestido suspenso e a calcinha abaixada, segundo disse a delegada Andréa Ribeiro.
Câmeras do shopping gravaram o momento em que um homem saiu do estacionamento dirigindo o carro com as vítimas. Assis teria afirmado que atropelou a médica porque ela tentou fugir e havia negado tentativa de estupro. Ele foi submetido a exame de DNA e o resultado vai ser comparado com o de amostras de pele colhidas no corpo da médica.
Antes de surpreender a pediatra no estacionamento, o presidiário havia andado pelo corredor do shopping, onde parecia procurar por uma vítima. Em outro momento da gravação, Rita de Cássia aparece colocando a filha no banco de trás do carro, quando é abordada por Assis.
O criminoso levou apenas a carteira da médica, com cartões e documentos. Os demais pertences, como o celular, bolsa, aliança e corrente de ouro ficaram no carro.
Fonte:ibahia
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