quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Mudança do Garcia apoia MP



“Não podemos apontar os erros dos outros com o dedo sujo”, disse Lourival Chaves, coordenador geral do bloco Mudança do Garcia, se mostrando favorável à determinação do Ministério Público Estadual (MP-BA). A partir do próximo ano, estará vetada a participação de burros, cavalos e demais animais de tração na agremiação, que há 85 anos é marcada por críticas políticas e protestos. Entre os preparativos para segunda-feira de Carnaval, quando o bloco sai às ruas do Campo Grande, os organizadores já planejam alternativas para substituir os animais sem encarecer o desfile em 2011.

Este será o último ano em que a Mudança contará com os ilustres participantes. Entretanto, eles já não estarão mais transportando pessoas ou isopores, como antes. As carroças serão substituídas por dois veículos. O desfile também anunciará, por meio de cartazes, as mudanças para 2011. A iniciativa foi fruto de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre o MP, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e organizações não-governamentais.

Representantes das entidades de proteção aos animais acompanharão o cortejo verificando o tratamento dado aos cavalos e burros que estarão no desfile. O MP comprometeu-se em promover uma audiência para buscar junto aos poderes públicos uma alternativa para os que ainda sobrevivem da atividade de carroceiros. “Compreendemos que os animais não podem ser prejudicados por uma festa, principalmente em se tratando de um bloco que faz críticas sociais. Entendemos que lei é para ser respeitada”, destacou Chaves, que, apesar de acatar a decisão do MP, já se preocupa com o aumento dos custos decorrentes da nova medida. “Se substituirmos os animais por carros, a festa ficaria muito mais cara”, disse.

De acordo com Chaves, a agremiação já havia tomado a decisão de diminuir a quantidade de cavalos e burros na festa, passando de 40 para 20 cavalos e 20 para 15 burros. “Não achávamos que poderíamos prejudicá-los, mas, após a reunião com o Ministério Público, entendemos que expor estes animais à movimentação e ao barulho do desfile é uma forma de maltratá-los”, ressaltou.

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