quinta-feira, 27 de maio de 2010

As últimas palavras do Delegado Clayton Leão.




O radialista Marco Antônio, da Rádio Líder FM, em Camaçari, tinha uma entrevista marcada com o delegado no começo da manhã de ontem. Eles já haviam agendado, mas, devido a um atraso, o delegado ligou para a rádio e pediu desculpas, pois não iria poder chegar a tempo. Portanto, disse que poderia parar o carro e falar por telefone ao vivo. Clayton, mesmo atrasado para o trabalho, dedicou alguns minutos para falar sobre o seu trabalho na cidade.

“Eu estava encerrando a entrevista quando aconteceu o crime. Na verdade, ele tinha combinado de dar a entrevista no estúdio da rádio, mas não conseguiu vir. Ele até brincou que outro dia, faria questão de vir pessoalmente à rádio. E eu disse que a cadeira dele estaria sempre à disposição”, relatou o radialista. A entrevista era para falar justamente do trabalho dele no combate ao tráfico de drogas na região. O delegado conversou por mais de 30 minutos com o radialista, até que ele pediu para esperar, foi quando ouvido o barulho dos estampidos.

Foram três tiros pelo que deu para ouvir. Em seguida, a mulher dele começou a gritar que Clayton foi baleado e a pedir socorro. “Sinceramente, não sei o que falar. Estou completamente atônito. Nunca pude imaginar que no meio de uma entrevista acontecesse isso. Como foi com um delegado, podia ser um médico, um advogado ou um professor, assassinado dessa maneira. Eu sabia que o barulho que escutei se tratava de tiros, mas não podia dizer isso ao vivo, que o delegado estava ferido ou morto. O microfone permaneceu ligado por 10 minutos e só escutávamos os gritos da esposa. Foi terrível e estamos muito abalados”, concluiu o radialista.


Tribuna da Bahia

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Você é livre para oferecer a sua opinião.