quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
Mulheres agredidas perdem serviço assistencial.
“É uma insensibilidade muito grande. Não estamos pedindo nada mais do que o nosso próprio direito”, desabafou a dirigente do Fórum de Mulheres do Mercosul na Bahia, Vera Mattos.
Serviço ainda mais lento e burocrático, soluções proteladas e medidas de urgência com prazos indefinidos para serem expedidas. Sem as atividades do núcleo psicossocial da 1ª Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, o atendimento às vítimas deste tipo de agressão tornou-se incompleto e ineficiente na capital baiana.
O núcleo integrava a equipe multidisciplinar – prevista na Lei Maria da Penha– e atendia no local desde 2008, ano de fundação da vara, mas as assistentes sociais e psicólogas responsáveis não tiveram os contratos renovados pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) e, desde outubro, os serviços estão suspensos.
De acordo com a lei, cabe a essa equipe o desenvolvimento do trabalho de orientação, encaminhamento, prevenção e outras medidas voltadas para a mulher ofendida, agressor e familiares. “Havia um grupo de orientação a mulheres vítimas de violência e dois grupos de homens que haviam praticado algum tipo de agressão. Todos estão suspensos”, afirma Jaqueline Meire de Oliveira, ex-assistente social do núcleo.
Caminho - “É comum julgar e não mostrar o caminho. O grupo mostrava o caminho. As psicólogas faziam um ótimo trabalho". A declaração é de A. S., 23 anos, que foi preso depois de agredir a esposa. Ele é um dos 69 homens que teve a prisão preventiva decretada em Salvador, após agredir mulheres, de acordo com dados fornecidos pelo TJ-BA.
Ao conquistar a liberdade, passou a integrar um dos grupos de acompanhamento psicossocial da 1º Vara. Ele conta que o grupo contribuiu bastante na relação entre ele a esposa, que o perdoou. A. S. não conseguiu concluir o trabalho de 12 semanas com o grupo, mas espera voltar ao acompanhamento.
“Não posso dizer que melhorou bastante, porque o trabalho não teve continuidade, mas melhorou. Quando era pequeno, eu via meu pai espancando minha mãe. Com o grupo, eu já estava tendo outra visão disso”, revela.
Sem prejuízo - Procurado pela reportagem, o TJ-BA informou, por meio da assessoria, que não há prejuízo no atendimento às mulheres vítima de violência em Salvador e que o núcleo psicossocial integrará o Serviço de Apoio e Orientação Familiar (SAOF), que já existe para atender outras varas.
De acordo com o órgão, a 1ª Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, única em toda a capital baiana, registrou 7.504 processos, até dezembro.
Protesto - Integrantes de movimentos em defesa das mulheres protestaram nesta quarta-feira, 15, em frente ao prédio do TJ-BA, pelo retorno do núcleo psicossocial à vara de justiça especializada.
Na manifestação, criticaram a postura do tribunal. “É uma insensibilidade muito grande. Não estamos pedindo nada mais do que o nosso próprio direito”, desabafou a dirigente do Fórum de Mulheres do Mercosul na Bahia, Vera Mattos.
A assessoria do tribunal argumenta que a renovação do serviço com as assistentes e psicólogas pelo modelo Reda (Regime Especial de Direito Administrativo) seria inconstitucional, pois as contratações nesse regime foram suspensas em todo o Estado.
Leia reportagem completa na edição impressa do Jornal A TARDE desta quinta-feira, 16, ou, se você é assinante, acesse aqui a versão digital.
http://www.atarde.com.br/cidades/noticia.jsf?id=5662870
Assinar:
Postar comentários (Atom)
deveria existir pena de morte para casos de violência contra a mulher, seria a mínima forma de corrigir, ou algo pior para esses cnlhas!!!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirNão sei "insensibilidade" seria o adjetivo mais adequado para qualificar a atitude do Tribunal de Justiça da Bahia! Talvez INSANIDADE E CONIVÊNCIA COM A VIOLÊNCIA coubessem melhor neste contexto...
ResponderExcluirSou vítima de violência doméstica, fui muito bem acolhida pela Vara de Proteção a Mulher, apesar das limitações que impedem seus servidores de oferecerem uma assistência ampla como é preconizada nesses casos...
Devido a ausência da equipe multidisciplinar continuo sendo violentada em minha dignidade humana.
Meu ex. esposo é membro do estado maior de um Batalhão do Exército em Salvador, sua função, a morosidade do judiciário e o protecionismo da corporação fomentam as agressões contra mim que passaram de explícitas para veladas.
Na ocasião em que registrei ocorrência denunciando as agressões ele me enviou uma mensagem dizendo: "Acabarei com você sem precisar tocar em um fio de seus cabelos. Isso não é uma ameaça e sim uma promessa! Você vai implorar pra que eu te bata, pois não conseguirá se levantar."
Ele tinha razão, sinceramente não sei se prefiro o tempo em que ele me agredia fisicamente ou se o tipo de agressão psicológica a qual venho sendo exposta!
- Ele usa meus filhos para atingir seu objetivo de vingança contra mim! Um deles, com 12 anos, está sofrendo de Síndrome de Alienação Parental.
Foi identificado alguns sintomas de tal síndrome na criança durante uma avaliação psicológica na vara, porém o atendimento foi SUSPENSO antes que pudessem precisar tal diagnóstico.
O seguimento de nossas vidas DEPENDE DA CONTINUIDADE DA AVALIAÇÃO PSICOSOCIAL das pessoas envolvidas na problemática pela qual passa minha família.
Em tempo
ResponderExcluirPostado por Ruy Barrozo em 21/12/2010 em Outras
Comente agora »
“Mulher não vale nada, até pobre tem”. – anônimo.
Veja que escreve este jornalista de Curitiba no final de sua coluna,
Em tempo
Postado por Ruy Barrozo em 21/12/2010 em Outras
Comente agora »
“Mulher não vale nada, até pobre tem”. – anônimo.
http://jornale.com.br/ruy/?p=54417